Começamos hoje uma nova vida: daqui a nada vou tomar um café no Santa Clara, em Campo de Ourique, e não vou ter aquele primeiro sabor de tabaco do dia. Não sei se sabem o que é a sensação. O Santa Clara abriu em Julho e foi sempre um café não fumador. Já estou habituado. Gosto. Dou um passeio de trezentos metros, do início da Coelho da Rocha até à Ferreira Borges e volta, para comprar os jornais; talvez fume, talvez não.
Vi ontem as reportagens das televisões sobre o assunto. Na quase totalidade, o tom era de quem esperava uma guerra civil nos cafés e bares. Não houve. Só protestos iniciais, algumas indignações sem sentido e regozijos. Acho bem. O pior que pode acontecer aos «
fanáticos e exaltados que entendem ser a sua maneira de viver a única irrepreensível» é não haver protestos elevados nem ocasiões para chamar a autoridade, a fim de entregar os prevaricadores à fogueira. Eu defendo que se deve aceitar a lei e respeitá-la. Isso irritará muita gente.
Conheço suficientes restaurantes e bares que conservaram espaços para fumadores. É provável que, para um jantar prolongado (desses, mesmo), procure um deles. De resto, acho que a utilização do
espaço público será cada vez mais restrita e «morigerada». Eu prefiro,
sempre, jantar em casa. As restrições não me incomodam muito, se era isso que queriam.
Sorry.