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por FJV, em 09.10.07
||| Haja decência, ou Dona Pombinha aterrou em Guarulhos.











Ah, o pecado a sul do Equador. Miragem, apenas uma miragem. Que o diga o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, essa instituição fescenina e libidinosa, a quem os fiscais da alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, retiveram as 62 fotos de Marilyn Monroe, por Bert Stern, destinadas a exposição. Os fiscais, de monóculo, acharam que aquilo não era arte; e não deixaram sair as fotografias. Há quem diga que se trata de um episódio da guerra São Paulo - Rio de Janeiro. Mas não; é só problema de dioptria; se isso não é arte, é o quê?
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por FJV, em 09.10.07
||| Livros em desassossego: o regresso.










Carlos Vaz Marques regressa com os Livros em Desassossego já a 24 de Outubro, para mais uma temporada na Casa Fernando Pessoa. Excepcionalmente, a última quarta-feira do mês, e não quinta, como é costume. Tema? A concentração do mercado editorial português, uma vez que durante o Verão se venderam e compraram editoras como nunca antes tinha acontecido em Portugal. Vão estar presentes João Amaral (director coordenador de edições do novo grupo do empresário Paes do Amaral, agora com a Asa, Caminho, Texto e Gailivro), António Lobato Faria (responsável editorial pelo grupo da Oficina do Livro), João Rodrigues (Sextante) e Francisco Vale (Relógio d’Água). Inês Pedrosa apresenta em primeira mão o seu novo romance, A Eternidade e o Desejo, a publicar em Novembro. Reserve já o lugar na sua agenda. Vai ser picante.

Na foto, a sessão dos Livros em Desassossego de Junho passado (com Vasco Santos, editor da Fenda, Maria Antónia Oliveira, a autora da biografia de Alexandre O'Neill, Eduardo Prado Coelho, Fernanda Câncio e Pedro Mexia).

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por FJV, em 09.10.07
||| Averiguemos, pois.
Há mártires e pequenos candidatos a mártires. Gente que denuncia e gente que ronrona. Gente que acusa e gente que nomeia. Gente que se indigna e gente que é clara. Não sei em que categoria fica José Rodrigues dos Santos, mas acho que se JRS tem alguma coisa a dizer deve dizê-la. Estamos mortinhos por saber. Há dois tipos de inconfidência que prejudicam sempre toda e qualquer denúncia; primeiro, aquela de «você sabem do que é que eu estou a falar» (não sabemos); depois, a de «há árbitros em Canal Caveira» (com quem?). O assunto fica desacreditado. JRS não fica desacreditado jornalisticamente por ter escrito uma das piores cenas de sexo de toda a literatura portuguesa (ou da gastronomia, dado que se trata de uma sopa de peixe), embora ajude; mas, no essencial, que fique tudo esclarecido. Só que, para já, a novela não tem os tons trágicos que se anunciavam.
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por FJV, em 09.10.07
||| Finais felizes.
O André Benjamim começou a imaginar finais felizes para a Happy Endings Foundation, a propósito desta magnífica iniciativa: «Imaginem que Josef K. na véspera do seu trigésimo primeiro aniversário é levado por dois homens até um enorme salão, onde amigos e familiares o esperam para uma festa surpresa!... Que Meursault afinal não matara um árabe, e que tudo não passara de um pesadelo, fruto de um sentimento de culpa, após haver discutido com a mãe dias antes - e em que ameaçara interná-la num asilo... Que Ricardo não matara Marta (matando-se a si mesmo) nem Lúcio arcara com a pena de prisão; fora apenas um delírio de Lúcio após ter bebido demais num jantar a três... Que o retrato de Dorian Gray, com o passar dos anos, acaba por se desfazer em cinzas, de tão velho que estava, tornando Dorian imortal... Que afinal houvera uma enorme confusão com os nomes, mas que Carlos Eduardo e Maria Eduarda não são irmãos...». É um bom exercício. O que terá acontecido ao capitão Ahab? Capitu, a bela Capitu foi sempre feliz com Dom Casmurro?
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por FJV, em 09.10.07
||| Enfim, a virtude.
Contra a imoralidade, o álcool, o colesterol, o vício.
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por FJV, em 09.10.07
||| Raquel Chalfi.
Acabou há minutos a apresentação de Raquel Chalfi na Casa Fernando Pessoa: uma voz fantástica, profunda, para uma poesia animada pela perturbação. Ouvi-la em hebraico foi uma surpresa para o reconhecimento dos silêncios de cada verso. Lamento, mas perderam um momento único.

Amanhã, às 18h30, Inês Pedrosa inaugura a série Os Livros que Não Esqueci. Seguem-se-lhe Francisco Belard, Diogo Pires Aurélio e José Medeiros Ferreira, entre outros.
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por FJV, em 09.10.07
||| Averiguações.
José Rodrigues dos Santos suspenso de funções.
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por FJV, em 09.10.07
||| Queimar, 1.
Esclareçamos vários pormenores ao mesmo tempo. Queimar uma bandeira, como queimar uma efígie do rei de Espanha, ou do presidente dos EUA, ou do primeiro-ministro de Portugal, é um direito constitucional (nos EUA, por exemplo). Todos podemos queimar livros. Pepe Carvalho, o detective criado por Manuel Vázquez Montalbán, queimava livros na sua lareira de Vallvidrera – era um direito seu; os livros eram seus; ele queimava os livros generosamente, não para assassiná-los mas para defendê-los de um mundo que os não merecia. Chegou a andar quilómetros a pé (em El Balneario) a fim de comprar um livro para queimar condignamente. Esse era o seu cerimonial secreto.
Tanto me faz que queimem exemplares da Veja como pilhas de romances «com final infeliz» – mas o gesto já não é puramente literário. Lembra o empastelamento de jornais e, sim, lembra Berlim. Dizem-me que não são coisas comparáveis; é provável. Mas quem não quer ser comparado não faz coisas comparáveis. Que meia dúzia de populares, incentivados pelo PT, queimem exemplares da Veja não pode ser considerado crime; mas dá uma ideia do que fariam se tivessem poder para queimar livremente o que quisessem e quem quisessem.
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por FJV, em 09.10.07
||| Depende.
O caso da PSP da Covilhã está a meio. Evidentemente que cai mal a atitude precaucionista que marca a atitude da PSP local, que visitou o sindicato para saber se o pessoal ia, ou não, insultar o primeiro-ministro. Mesmo assim, enquanto se apuram resultados, é talvez legítimo pensar-se que se trata de rotina, «pura rotina», e de exagero da oposição. Só que, quem ouviu o secretário de Estado José Magalhães, esta manhã, na TSF, fica com dúvidas: houve uma subtil tentativa de desculpabilizar a acção da PSP com o argumento de «levar por ter cão, levar por não tê-lo». José Magalhães argumentou mais ou menos isto: então protestam por não haver cargas policiais em Silves e agora estão com paninhos quentes quando tentamos prevenir na Covilhã? Passando ao lado de uma outra tentativa de colar a «má educação» dos agitadores sindicais às actividades da extrema-direita («criaturas», assim lhe chamou) e à vandalização do cemitério judaico de Lisboa – que é politicamente absurda, José Magalhães justificou a operação com a necessidade de «prevenir», para depois não ter que tomar medidas «de outra intensidade». Ora, nada como a clareza.
Por exemplo: se a PSP tivesse feito o mesmo durante os governos de Cavaco – o que não diria José Magalhães? O que pensaria José Magalhães do bloqueio da Ponte 25 de Abril, se ele fosse secretário de Estado? Depende.

Ver este texto do FNV, no Mar Salgado.
[FJV]

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