||| Depende.O
caso da PSP da Covilhã está a meio. Evidentemente que cai mal a atitude precaucionista que marca a atitude da PSP local, que
visitou o sindicato para saber se o pessoal ia, ou não,
insultar o primeiro-ministro. Mesmo assim, enquanto se apuram resultados, é talvez legítimo pensar-se que se trata de
rotina, «pura rotina», e de exagero da oposição. Só que, quem ouviu o secretário de Estado José Magalhães, esta manhã, na TSF, fica com dúvidas: houve uma subtil tentativa de desculpabilizar a acção da PSP com o argumento de «levar por ter cão, levar por não tê-lo». José Magalhães argumentou mais ou menos isto: então protestam por não haver cargas policiais em Silves e agora estão com paninhos quentes quando tentamos prevenir na Covilhã? Passando ao lado de uma outra tentativa de colar a «má educação» dos agitadores sindicais às actividades da extrema-direita («criaturas», assim lhe chamou) e à vandalização do cemitério judaico de Lisboa – que é politicamente absurda, José Magalhães justificou a operação com a necessidade de «prevenir», para depois não ter que tomar medidas «de outra intensidade». Ora, nada como a clareza.
Por exemplo: se a PSP tivesse feito o mesmo durante os governos de Cavaco – o que não diria José Magalhães? O que pensaria José Magalhães do bloqueio da Ponte 25 de Abril, se ele fosse secretário de Estado? Depende.
Ver este texto do FNV, no
Mar Salgado.
[FJV]