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por FJV, em 14.06.07
||| La Guaira.
Deviam conhecer La Guaira, o principal porto venezuelano. A bem dizer, na zona das praias, refúgio de fim-de-semana para quem vem de Caracas. Há muitos anos, La Guaira era, também, o principal ponto de entrada de emigração. Um dos emigrantes que conheci, o Sr. Segismundo, veio dos Açores, de Ponta Delgada, nesses anos longínquos, creio que numa das derradeiras viagens do Santa Maria. É um homem bom e divertido. E imagino-o, micaelense (ainda hoje conserva o sotaque admirável), enfrentando os trópicos em La Guaira vestido como se estivesse no Inverno europeu, de sobretudo, ainda mal refeito dos dias passados no navio; fosse como fosse, era preciso encontrar trabalho. Ao fim de um dia em La Guaira, visitando as tabernas, cumprimentando os portugueses que ia encontrando, despedindo-se dos que regressavam, Segismundo (que mais tarde seria aquilo que nós chamamos «um próspero comerciante»), fez o seu primeiro negócio na Venezuela: vendeu o sobretudo. Recomeçou a vida.
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por FJV, em 14.06.07
||| Al Berto em Coimbra, 1992.













A não perder, esta gravação de Al Berto, a 17 de Janeiro de 1992, durante «uma noite de poesia nas instalações do bar da Associação dos estudantes» (disponibilizada no blog da Frenesi). São dezasseis minutos: «Os estudantes já então preferiam música pimba, anedotas porcas, cerveja a rodos e praxar as colegas... A poesia saiu vaiada.» A fúria de Al Berto diante dos energúmenos que preferiam Quim Barreiros de capa e batina. Ai Coimbra.

Para ouvir, clicar. Pode fazer-se download.


Adenda: Escreve o Miguel Direito, por mail: «Escrevo porque estive no "local do crime", em 1992, no café D. Dinis, em Coimbra. O que lá se passou foi uma vergonha, ainda que previsível. É verdade que alguns (terei vergonha de dizer vários!?) pós-adolescentes alcoolizados vaiaram o Al Berto, mas, se bem me recordo, a maioria até estava lá para o ouvir e fruir o raro momento. O facto de metade das pessoas se encontrar no local por causa do Al Berto mas de a situação ter descambado por causa de cerca de 1/4 dos presentes não desculpa estes últimos e não deixa de ser representativo do tipo de "jovens letrados" que o pais anda a criar. Por outro lado, tudo isto pode ser um sintoma da democratização do ensino, pois se os filhos de todo o "bom povo Português" têm acesso ao ensino, não é de esperar que chegados a "Coimbra" se tornem e actuem, por artes mágicas, como uma elite cultural ou arautos de civismo. Mas qual será a alternativa a curto prazo? Mas, de facto, tenho que concordar com a ideia geral de que Coimbra mantêm o pior do elitismo provinciano e praxista e adquiriu o pior da galopante falta de civismo e cultura dos jovens estudantes. Contra mim falo, que por lá andei de 89 a 94, em Direito.»

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por FJV, em 14.06.07
||| Al Berto na Casa Fernando Pessoa.










Na Casa Fernando Pessoa, até dia 19, uma pequena mostra bibliográfica de Al Berto, que inclui materiais cedidos pelo Centro Cultural Emmerico Nunes, de Sines -- entre eles, trabalhos gráficos do poeta. Pode também rever o vídeo da última entrevista de Al Berto na televisão, ao programa «Escrita em Dia», então na SIC.
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por FJV, em 14.06.07
||| Propostas alternativas.
Caro José Medeiros Ferreira: quando V., que preza a liberdade e foi obrigado ao exílio, fala de «elementos discutíveis das propostas alternativas que emergem na América Latina», a propósito da Venezuela, está a referir-se a escutas telefónicas indiscriminadas, perseguição a opositores, encerramento compulsivo de estações de televisão, incitamento à inscrição obrigatória no partido do governo para obtenção de regalias (quem não está inscrito não está na fila...), delapidação do património do Estado, sessões contínuas de propaganda na televisão (uma média de, digamos, quatro horas diárias), incitamento público à ocupação de casas e bairros, oficiais cubanos a dirigir a polícia e as forças de segurança, ou há alguma cousa que me escapa? Ou, a propósito de Bolívar, acha o José que «a herança» do caudilho é propriedade de Chávez e que antes de Chávez não havia Bolívar? Ou que o facto de Chávez achar que o fundador Francisco de Miranda é um inimigo da pátria, não tem a ver com a intenção de regressar à Grande Colômbia?
[FJV]

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