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por FJV, em 04.05.07
||| Tenham medo.
Ségolène Royal repete os erros mais comuns e inesperados; ao dramatizar as eleições, dizendo que «votar Sarkozy é uma decisão arriscada», Mme. Royal adverte: «É da minha responsabilidade alertar as pessoas para os riscos desta candidatura [de Sarkozy] no que toca à violência e à brutalidade.» Na véspera das presidenciais portuguesas, a eleição de Cavaco era «um golpe de Estado constitucional», uma «ameaça ao regime» e «um risco de proporções incalculáveis». Eles nunca aprendem.

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por FJV, em 04.05.07
||| Spin doctor.
Ora aqui está o tónico que faltava para mais uma conversa de fim-de-semana. Obrigado, Mário Lino. Ficamos à espreita.

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por FJV, em 04.05.07
||| Mas pronto.
No carro ouço rádio e, no espaço entre as 9h45 e as 12h00, passo pelos fóruns. Ouvem-se coisas extraordinárias, mas não me refiro à natureza da opinião propriamente dita. Fixo-me no número de «ouvintes» que cita números errados, notícias falsas, dados manipulados (para não mencionar «recados do partido», etc. Coisas ditas assim, na imprensa, seriam impossíveis. Por menos do que isso, governantes, juízes e outras categorias profissionais disseram o que disseram da blogosfera. Mas pronto.

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por FJV, em 04.05.07
||| Fumo, 6.
Lamento informar-te, Fernanda, que não há aqui «preconceitos de classe ou de raça», nem vejo onde estão «as confusões», I’m afraid. Lê bem. E lê outra vez. Não discuto o direito de os fumadores não respirarem o fumo dos outros; reconheço-o e defendo-o. Por isso, tem de haver uma lei. Eu respeito a lei, que é a garantia de podermos viver em sociedade sem nos apedrejarmos uns aos outros, mas as leis devem ser sensatas, ponderadas e não podem ser elaboradas com base no ressentimento ou no espírito de cruzada. Também insisto que esta lei actual se limita, em grande parte, actualizar as leis existentes, a alargar o conceito de espaço público e, espírito do tempo, a interferir na esfera privada (em nome da vida saudável).

Não fumo nos aviões, não fumo nos transportes, perto dos hospitais (por pudor, nem à porta), nas repartições, em qualquer lugar onde veja o sinal de «proibido fumar». Curiosamente, a Grande Reportagem (na altura em que eu era director e nos tempos em que éramos vizinhos, portanto, no edifício do vetusto) era uma revista maioritariamente «de fumadores» e interditou o fumo na redacção, em respeito pelos não-fumadores; tal como a Casa Fernando Pessoa adoptou o princípio não fumador em 90% do seu espaço (sim, garantimos a existência de uma área de fumadores). Fico tranquilo por reconheceres a existência de «leis iníquas, atentatórias da liberdade e do bom viver», mas eu resolvo o problema facilmente: se não puder fumar num restaurante, ou não vou ou fumarei depois. Ou, melhor ainda, janto em casa, com grande proveito pessoal. Até porque, como dizia Vázquez Montalbán, um charuto suicida-se diante de uma pessoa que o odeia.
De resto, sim, mantenho que a proibição de fumar em restaurantes, contra a vontade dos proprietários é contra a liberdade de escolha.

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por FJV, em 04.05.07
||| Educação das crianças.
Depois de Eduardo Sá, o Dr. House.

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por FJV, em 04.05.07
Fumo, 5.
A questão dos restaurantes é a mais grave porque atenta contra a liberdade de escolha. Sou pro choice. Posso escolher ir a restaurantes onde se fuma e a restaurantes onde não se fuma. Mas, provavelmente, essa liberdade acaba a partir de agora.

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por FJV, em 04.05.07
Fumo, 4.
Já me parece obtusa a discussão sobre vitimização. Mesmo como fumador, não vejo que a lei votada no Parlamento (ou agora em discussão na especialidade) possa constituir uma agressão aos fumadores. Muitos dos princípios dessa lei estavam já registados em leis anteriores sobre o fumo em espaços público fechados, em recintos desportivos fechados, em escolas, hospitais, padarias, aeroportos, farmácias, transportes públicos, etc. Há um recrudescimento, naturalmente: estações ferrovárias, por exemplo, restaurantes, etc. O problema é que esta lei acompanha o espírito do tempo, ou seja, acrescenta às interdições já existentes o espírito de guerra santa, a vontade de legislar sobre todos os aspectos da vida dos cidadãos, de os obrigar a ser todos da mesma maneira. Bastava apenas haver organização e respeito pela lei; mas nós gostamos de leis.

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por FJV, em 04.05.07
Fumo, 3.
Há uma razão impossível de rebater, nos argumentos anti-tabagistas: que o fumo do tabaco incomoda, que o seu aroma é incómodo, que a sua asma se ressente. Reconheço os argumentos de Fernanda Câncio; são imbatíveis. Quem se sente incomodado com o fumo do tabaco, sente-se incomodado com o fumo do tabaco. Poderíamos tergiversar acerca da história dos aromas ou dos cheiros nos últimos dois séculos, ou acerca da história da purificação do ar em ambientes fechados (ambas as coisas existem), mas a verdade é que quem se sente incomodado com o fumo do tabaco, sente-se incomodado com o fumo do tabaco. Nenhum fumador pode incomodar quem se sente incomodado com o fumo do tabaco. É, por princípio, um valor civilizacional; lembro-me sempre de gloriosos fumadores cheios de catarro que pediam autorização para fumar à roda de senhoras.
Mas essa ideia do «incómodo com o fumo do tabaco» levar-nos-ia a outros «incómodos». A discussão não teria fim. Mas é o único argumento civilizacional que reconheço.

PS - Apenas lamento que os amigos fumadores da Fernanda não sejam bem educados.

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por FJV, em 04.05.07
Fumo, 2.
Por exemplo, a ideia de drogas legais, o de substâncias narcóticas ou tóxicas legais. O tabaco e o álcool são, desse ponto de vista, drogas legais. O editor Joaquim Vital alertava-me, há uns tempos, para a próxima ideia de campanha pela purificação do mundo: rótulos com a indicação «O álcool mata» nas garrafas de vinho ou de qualquer bebida alcoólica. Não vejo por que razão não existem ainda esses rótulos.

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por FJV, em 04.05.07
Fumo, 1.
A discussão sobre a lei anti-tabaco não é de natureza política. Há, em certas posições, uma fortíssima dose de irracionalidade. Os anti-tabagistas vêem nesta matéria, não sem alguma razão, uma luta entre a vida e a morte. Para eles, o tabaco leva à morte; não fumar, por seu lado, está a um passo da vida eterna (para os mais radicais) ou de uma vida saudável (no que têm razã). O problema começa quando o tabaco é visto como um índice de empobrecimento civilizacional, como acontece com a maioria dos militantes anti-tabagistas americanos: para estes, fumar tabaco é vício de «latinos», chineses, pobres, alcoólicos, gente desprezível.

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