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por FJV, em 25.02.07
||| Notas do outro lado,1.













1. Washington debaixo de neve fica ainda mais interessante. Falo por Georgetown, claro. O nevão amplificou o silêncio da manhã de domingo. Tudo é pretexto para regressar à Barnes & Noble. Ontem à noite, o The Little Book of Plagiarism, de Richard A. Posner, a nova edição do guia de cervejas de Michael Jackson (são quinhentas!) e, por recomendação do Nuno Mota Pinto, Guns, Germs and Steel. The Fates of Human Societies, de Jared Diamond, uma leitura fantástica. Levo já a meio, lido e dobrado entre papéis, o The Conservative Soul, de Andrew Sullivan. Hoje foram revistas, as habituais. Um saco de livros no meio da neve.
2. Brunch no Peacock Cafe depois de um mini-corona fumado no meio da rua, a ver cair a neve dos beirais. Os americanos falam muito alto, o que, às vezes, é saudável. Mesmo enquanto lêem o jornal ao balcão, são barulhentos. Ementa saudável e recomendada pelos dietistas de todas as religiões e tendências médicas: calamares com molho picante e, depois, corned beef hash com ovos escalfados em molho holandês; para beber, água e Black Label. E um café expresso notável, muito bom, um ristretto perfeito. Depois, voltar à rua para fumar e andar entre gente que faz o mesmo.
3. As lojas de tabaco são lugares muito confortáveis rodeadas de um mundo hostil. Há alguns anos tinha estado nesta mesma loja de charutos – continua confortável. Compro dois Partagas churchill, maduros (dominicanos, claro), dois robustos e um small black robusto (sou adepto da tradição da Connecticut leaf). As pessoas que entram têm um ar saudável e parecem preparadas para um bom charuto de domingo.
4. Na melhor loja gourmet de Washington, a libra de queijo da Serra amanteigado custa 36 dólares. E os sabonetes de banho Ach. Britto custam $16,92; os mais pequenos «apenas» $6,92. É o sucesso português fora de portas; são os mais caros de toda a loja. Parece que Madonna usa os produtos Ach. Britto. Imagino-a a espremer a bisnaga de creme de barbear Musgo Real.
5. Caminhada do centro até ao campus da universidade. Um rapaz, em calções, esfrega neve pelas pernas; deve ser uma cerimónia ritual.

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por FJV, em 25.02.07
||| Urgências.
1. O problema das urgências não é o plano de encerramento de algumas delas -- se bem que eu recomendasse a certas pessoas que fossem percorrer a estrada Montalegre-Vila Real depois das 10 da noite, deitados numa maca, ou a de Vinhais-Bragança a qualquer hora do dia. As declarações do ministro é que são sempre inábeis. Sobre a arrogância, tem direito a ela, evidentemente. Mas há uma coisa imperdoável: fazer humor sem ter jeitinho nenhum. Esta piada sobre Marques Mendes como eterno líder da oposição lembra o embaraço geral quando alguém quer armar-se em engraçadinho. Ora, o ministro Campos não tem graça nenhuma.

2. O problema das urgências não é o plano de encerramento de algumas delas; é a via sacra dos acordos que agora vão estabelecer-se. Depois de o ministro ter dito o que disse das manifestações e dos autarcas do PSD e do PS, os acordos vão ser bonitos de sinalizar.

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por FJV, em 25.02.07
||| O cantinho do hooligan. Isto é.







Do outro lado do mar, não vi o jogo, que terminou bem, mas ouvi o essencial pela rádio. É um grande aborrecimento para estes senhores que fazem a festa todos os dias; aliás, durante a semana, vários comentadores sonharam com o desaire do FC Porto.

É claro que o Beira-Mar é o Beira-Mar, mas este resultado lembra-me outros 5-0, aquele em que Artur, aos 3 minutos, marcou o primeiro, Edmilsson marcou o segundo aos 42m, Jorge Costa marcou o terceiro a abrir a segunda parte, Wetl marcou o quarto aos 12m, e Drulovic fechou a conta mais tarde.

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por FJV, em 25.02.07
||| Com restos de neve.
Num restaurante libanês em Washington, uma cimeira entre o Origem das Espécies e um dos «velhos lobos» do Mar Salgado (NMP). Depois de uma passagem nocturna pela Barnes & Noble, evidentemente.

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