||| Mauvaises Nouvelles Littéraires.Petit scandale na república das letras francesa em redor de uma
escritora perseguida.
Joëlle Guillais, historiadora, romancista, admiradora de Bourdieu e Duras (sirvo-me da pequena biografia do
Nouvel Obs) vive na província. De entre os seus escritos,
La Ferme des Orages, romance, ou
La Berthe, ensaio (sobre uma mulher «qui a travaillé la terre toute sa vie et réussi à s'imposer dans un monde toujours masculin et souvent machiste»), além de trabalhado numa
Histoire du crime passionnel au 19 ème siècle. Histórias de gente que resistiu ao mundo camponês, de mulheres que venceram o machismo de província, a ignorância e o passado (o pai de Joëlle suicidou-se, pertencia a esse mundo). Os agricultores reagem e insultam a autora, ameaçaram-na com forquilhas (a imagem é boa mas não sei se corresponde à realidade), perseguem-na, fazem da sua vida pacata um inferno. Joëlle fugiu para Paris e não quer voltar; escreveu
Mauvaises Nouvelles Littéraires, para contar a sua experiência e vingar-se dessa França velhaca e camponesa.
Pierre Assouline escandaliza-se. O
Nouvel Obs também. Paris treme de indignação diante dos infortúnios da «romancière engagée». A França descobre que tem um diabo a estragar o cosmopolitismo e que nem tudo é Paris ou que nem tudo é tão civilizado como Ségolène. Esses camponeses da Perche!