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«Não é com agrado que constato que a minha geração diplomática, a primeira que entrou para o Palácio das Necessidades depois do 25 de Abril, foi habituada a ouvir sobre Sousa Mendes, quase sempre, palavras pouco simpáticas de colegas mais antigos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Repito: tudo isto, depois do 25 de Abril! Não exagerarei se disser que, com muito poucas e bem honrosas excepções, a opinião largamente maioritária entre os poucos que se manifestavam sobre o tema, que durante anos foi sempre "incómodo" nas conversas nas Necessidades, continuava a ser muito pouco generosa para a memória do colega rebelde, como que prolongando no tempo a condenação da sua decisão de não cumprir quanto lhe fora ordenado pelo poder instituído e assistindo, com desagrado, à valorização pública desse dissídio.»A história do isolamento e da condenação de Aristides de Sousa Mendes é das mais tristes da nossa covardia. Infelizmente, mesmo aqueles que lhe deviam uma protecção especial não agiram bem na época.
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