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por FJV, em 02.12.06
||| Assim é fácil.
O mail do leitor Luís Varela coloca um problema sobre a língua, a correcção gramatical e a incorporação de novas expressões e léxico. Seria bom que se reflectisse sobre o assunto. Estará certo incorporar expressões como «tu dissestes» ou «tu fizestes» apenas porque elas são escutadas e popularizadas? Nos anos oitenta as faculdades retomaram a «linguística da oralidade» contra a «escrita», o que desvalorizou a ideia de «norma» e a abriu ao «linguajar registado»; ou seja, se se registam expressões como essas, o que nos permite dizer que estão erradas? É uma democracia da barbaridade, mas é necessário discutir o assunto. Outro caso é a expressão «bué», por exemplo, incluída no Dicionário da Academia. Trata-se de um modismo que, aliás, caiu em desuso actualmente; mas a vontade de ser «moderninho» e «actualizado» levou à sua inclusão no Dicionário da Academia. O problema é que um dia destes haverá, nos dicionários, entradas que apenas foram popularizadas pelo Gato Fedorento, que as ridiculariza, ou pela Ana Malhoa, que as utiliza com grande alegria. Assim é fácil.

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por FJV, em 02.12.06
||| A Corte portuguesa no Brasil.
A um ano das comemorações da chegada da Corte portuguesa ao Brasil (1807), Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal em Brasília, assinala a data num artigo no O Globo. Boa perspectiva e boa antecipação. A discussão sobre o evento dá lugar, geralmente, à maior vaga de culpabilização portuguesa no Brasil. É bom ver que alguém está atento.

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por FJV, em 02.12.06
||| As hipóteses, 2. [TLEBS]








Escreve Luís Varela, por mail:
«Sou professor de Português há 3 décadas. Pelo meio, fui leitor de Portugês em universidades inglesas. Tenho assistido a tudo no nosso país. Às atrocidades a que só faltou dependurar as crianças (do ciclo preparatório de então) das árvores do Chomsky. (Não acredito que ele tenha tido conhecimento do uso que aqui fizeram do seu trabalho!). A tantas, tantas pedagogices modernaças que mais não são que colagens a cuspo e descontextualizadas de coisas experimentadas (mas, hélas, com fundamento lá fora), para aqui transpostas sem pés nem cabeça.
Não me quero alongar. Peço-lhe apenas que veja como gente como Helena Mira Mateus cauciona, em nome da evolução, o uso do "tu fizestes", "tu dissestes", etc. Depois da tlebite, faltava-nos isto. Vem tudo no livrinho que a Caminho publicou com o título Linguística, colecção "O Essencial sobre" (pág.72, secção "Mudanças em Curso"). Tudo em nome, suponho, da "legitimação pelo uso". Pergunto-me, pois, porquê e para quê a norma, a regra, se acabamos por cair nisto. Dizia Camões que "quem não sabe arte não na estima".»

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por FJV, em 02.12.06
||| O cantinho do hooligan. Uma vez sem exemplo.











Para o Luís Carmelo festejar. Mas é uma vez sem exemplo.

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por FJV, em 02.12.06
||| Brasil. Ramificações.
O dossier contra a tucanagem, afinal chegou ao Palácio do Planalto. O Apedeuta vai dizer que não sabia de nada, naturalmente. É a repetição do primeiro mandato: ele não sabia de nada. De certa forma é verdade; ele não sabe nada.

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por FJV, em 01.12.06
||| O pior português de sempre.
Estas coisas têm algum sentido.

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por FJV, em 01.12.06
||| As declarações de Teixeira dos Santos.
Vítor Dias, hoje no Público, refere-se a este post sobre as declarações do ministro Teixeira dos Santos. Dias escreve «caso se confirme que o ministro Teixeira dos Santos tenha, de facto, formulado uma tal "doutrina"», uma vez que não as encontrou na imprensa («não consegui encontrar a fonte original de tais declarações atribuídas ao ministro das Finanças»). Foram reproduzidas pela TSF justamente no sábado:
«O ministro das Finanças acusou, este sábado, os partidos da oposição de estarem a «atacar todos os portugueses», quando «reagem mal» aos «bons resultados» obtidos pelo Governo na correcção dos desequilíbrios da economia portuguesa.»

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por FJV, em 01.12.06
||| As hipóteses.
Os técnicos da TLEBS acham que ninguém que valha a pena está contra a TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básicos e Secundário); que eles continuarão a avaliar a experiência e que, depois, nos comunicarão (a nós, incréus) os resultados; que nós (seja lá isso o que for) não entendemos nada do assunto; a alguns faltou a desfaçatez para nos chamar reaccionários, mas a ameaça está lá, inteirinha; que isto é o pessoal da literatura contra a Linguística (eu pertenci à classe, mas enfim); que eles é que sabem da Língua, e que o assunto não pode ser deixado à disposição de civis. Percebe-se.
Tenho duas reacções em relação ao assunto, o que não põe em causa o respeito que me merecem os linguistas que trabalham na TLEBS. A primeira é tentar, pacientemente, ripostar e contra-argumentar, citar casos, procurar explicações para o desastre do ensino do Português (que, sim, posso também atribuir aos linguistas), desmontar a TLEBS. A segunda é, citando dois ou três casos da TLEBS, rir um pouco e, com amigável sinceridade, atirar-me ao Ministério da Educação por este descaminho.

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por FJV, em 01.12.06
||| O Sr. Fernando, lembrado em cada coisa.













Às 14h30 já havia 40 pessoas a querer entrar. Um pouco antes das duas da manhã ainda havia pessoas que não queriam sair. Pelo meio houve leituras (Manuel António Pina, José Luís Peixoto, Pedro Mexia, Luís Quintais, José Tolentino Mendonça, José Eduardo Agualusa), passeios pelas varandas e pelo jardim, vinho (ah!, felizes os que ainda beberam o da Herdade de São Miguel, e o seu especialíssimo da reserva de 2004), presentes distribuídos, amigos que vieram do Porto, do Brasil, dos EUA, de Itália, de todas as tendências políticas e de muitos blogs, jornalistas, amigos da Casa, frequentadores habituais, escritores e -- ah!, não podia faltar -- muito gossip. As salas dos quatro pisos da casa estiveram abertas e disponíveis, a Rua Coelho da Rocha animada. Voltaremos para o ano, sem esquecer as jornadas especiais que voltarão a ser comemoradas.
Já estamos a trabalhar nas sessões do Dia Mundial da Poesia (que será a 21 de Março), do Dia Mundial do Livro (que será a 23 de Abril, com muitas surpresas) e em jornadas especiais -- em Março, uma semana da poesia caboverdiana; em Janeiro (a 18), inaugura a exposição de Jordi Bruch (que substitui a excelente mostra da Kameraphoto, que fica até 5 de Janeiro); antes do Verão, António Costa Pinheiro; na rentrée de 2007 (com o Outono), uma exposição pessoana inédita que guardaremos a sete chaves até lá; em Fevereiro próximo, a primeira das mostras Universos Pessoais, dedicada a José Agostinho Baptista (seguem-se Nuno Júdice e António Osório). Também em Fevereiro, lembraremos Fernando Assis Pacheco.
Depois de uma semana que culminou na festa de aniversário, com sessões dedicadas a Luis Sepúlveda, ao debate sobre Estado & Cultura, a Selma Lagerlöf e Björn Larsson, e à música maravilhosa (desculpem o kitsch) de A Musa ao Espelho, a próxima semana, não vai parar: terça-feira, 5, será dedicada a Anónio Ramos Rosa -- em colaboração com a Fundação Luís Miguel Nava, Gastão Cruz e Fernando Pinto do Amaral. A 7, quinta-feira, será Paola d'Agostino, apresentada por Manuel da Silva Ramos. Dia 13, quarta-feira, não perder a apresentação de António Osório (é a reunião da poesia de Osório, com A Casa das Sementes). A 6 e a 14 de Dezembro, sessões dedicadas a Rodrigues Sampaio (conferências, respectivamente, de António Ventura e de Álvaro da Costa Matos). A 15, sexta-feira, João Pereira Coutinho apresentará o Livro de Estimação, de Jorge Reis-Sá.
Também em 2007 o espólio de objectos pessoais de Fernando Pessoa será reorganizado e mostrado de outra forma nos três pisos superiores da Casa, em vez de estar concentrado na biblioteca (onde continuará, de qualquer forma, o retrato original de Almada Negreiros); na semana passada, o filho do barbeiro de Fernando Pessoa entregou-nos as navalhas de barba usadas pelo poeta -- sei que é apenas uma curiosidade, mas interessa-nos.
E, como coroa de glória, a partir da Primavera serão reabertos os espaços do jardim, com um novo restaurante e cafetaria (que incluem esplanadas de Verão e de Inverno, com mesas e cadeiras para leitura, além de cinema ao ar livre), um projecto bem bonito.
Aos poucos, como em tudo na vida.

P.S. - Sim, no nosso programa para 2007 fica obrigatório manter os três gatos que habitam o jardim (incluindo a bela siamesa), que fazem as delícias de Manuel António Pina (e de Maria Velho da Costa) e que miam depois de J. Tolentino Mendonça ler os seus poemas.

Dos blogs: Luís Carmelo, nosso vizinho de Campo de Ourique, lamentava a falta de cerveja, coisa que remediaremos em breve para as sessões públicas; João Villalobos, reaparecido, não ceou mas foi, evidentemente, muito bem-vindo; Ana Cláudia Vicente e Isabel Goulão, radiantes; Manuel Falcão, atentíssimo durante a leitura; e aguardamos que o Ricardo mostre as fotografias no blog.

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por FJV, em 01.12.06
||| Ir para a cama.
Não é o que pensam. O Bruno descobriu que há grandes variações no tamanho padrão das camas de hotel.

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