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por FJV, em 05.12.06
||| Questões de ortografia também.








Acha que frases como «a maioria dos estudantes passaram no exame», ou «o prédio que o Paulo vive é moderno», ou «o autor que eu mais gosto é Aquilino» estão correctas? Bom, há quem pense que a questão é subjectiva. Recupero, por isso, este artigo de Vasco Graça Moura, publicado em Agosto do ano passado. Se acha que «há-dem» ou «há-des» não está correcto, leia o texto, que publiquei aqui.

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por FJV, em 05.12.06
||| Gajas do meu país.










José Medeiros Ferreira analisa muito bem o fenómeno: «[...] nas nossas sociedades liberais o poder político tem perdido peso e influência para outros desde o económico ao mediático. Os homens orientam-se agora para estes poderes e deixam o campo mais livre para as mulheres que juntam convicção, aprendizagem dos dossiers, dedicação e autoridade na gestão [...].» Os estudos dizem quase tudo: os rapazes estudam menos, as raparigas esforçam-se mais e têm melhores resultados. Vamos e venhamos, isso é quase tudo, à primeira vista ou à vista desarmada.
Lembram-se de quando o bastonário da Ordem dos Médicos e o director do Instituto Abel Salazar, reconhecendo a crescente percentagem de mulheres nos cursos de medicina, diziam que a situação estava a criar problemas em áreas que seram, tradicionalmente, domínio dos rapazes (como urologia e ortopedia, por exemplo)? A proposta para resolver a situação seria a de criar quotas para homens nos cursos de medicina (*). De onde se depreende que os rapazes, se querem ser ortopedistas ou urologistas, ou cirurgiões, que se despachem. Este ambiente de guerra de sexos é muito positivo. Conhecendo-as, sabemos que não desarmarão; fazem bem. O João Gonçalves escreveu um post sucinto onde diz o essencial: «Eles só conduzem. Elas guiam.» Tem razão.
Uma das razões que me leva a estar optimista é que essa nova luta de classes aniquilará o fundamento essencialmente machista do princípio das quotas para as mulheres na vida política, uma espécie de concessão às pobrezinhas (isso queriam eles, pobrezinhas de espírito, telecomandadas e sentadinhas de tailleur, no parlamento, a assinarem de cruz).
Silenciosamente, elas estão a ganhar onde é preciso ganhar: «As raparigas tendem a permanecer por mais tempo no sistema educativo, sobretudo nos níveis mais elevados. Elas tendem a casar-se e assumir a maternidade mais cedo. Há mais empresárias e quadros de topo femininos.» Elas sabem que as quotas são fogo de artifício.

(*): No caso de vir a ser sentida a falta de urologistas e ortopedistas homens, preparei alguns slogans mobilizadores para senhoras: “Finalmente, saiba toda a verdade sobre os dez pequenos centímetros. Vá para urologia.” Se o argumento é que os homens se intimidam com uma médica numa consulta de urologia, sempre se poderia optar por uma frase como esta: “Quem melhor para conhecer o seu pénis?” Há o problema da ortopedia, claro, que pode merecer um slogan como: “Eles podem não ter cérebro, mas pelo menos têm ossos. Siga ortopedia.” O meu preferido seria outro, no entanto: “Para uma mulher, nenhum osso é duro de roer. Siga ortopedia.” No caso de o regime de quotas para homens vir a ser adoptado algum dia, então proponho uma campanha de alerta ao consumidor, ou seja, ao doente: “Confie na sua médica. Não vá em quotas.” Ou um aviso cheio de circunspecção, que até podia ser patrocinado pelo Instituto do Consumidor: “Pode estar a ser tratado por um médico de quota. Informe-se antes de escolher um médico.”

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por FJV, em 05.12.06
||| Ele tomou partido.
O Jorge Ferreira festeja três anos de blog e -- ah! -- finalmente escolheu um template em azul-e-branco. Mais tarde ou mais cedo isso teria de acontecer.

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por FJV, em 05.12.06
||| Aniversário da Casa.






















Aqui estão algumas das fotos (de Ana Rojas) da sessão de leitura de quinta-feira passada. José Tolentino Mendonça, Luís Quintais, Pedro Mexia, José Luís Peixoto, Manuel António Pina, José Eduardo Agualusa.

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por FJV, em 05.12.06
||| Ramos Rosa.
Hoje, ao fim da tarde, entrega do Prémio Luís Miguel Nava a António Ramos Rosa, na Casa Fernando Pessoa.

||| ... e, um pouco mais tarde, CVM.
Lançamento do livro de Carlos Vaz Marques, Mpb.pt (edição Tinta da China) na Fnac do Chiado, às 21h00. Como bónus, além de CVM, Camané vai cantar Chico Buarque com Mário Laginha.

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por FJV, em 05.12.06
||| Questões de nomenclatura.
Ontem, uma secretária de Estado utilizou cinco vezes a palavra elencar (ou elencadas, ou elencaremos) em cerca de oito minutos de intervenção na rádio. Hoje, um militar começa na primeira frase por dizer que «as coisas estão muito bem elencadas». Implementar, elencar, recepcionar, etc. A nossa novilíngua consegue sempre prodígios. Eu diria que.

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por FJV, em 05.12.06
||| Agustín Lara.


Vitória absoluta deste lado
. Com parabéns pelo terceiro aniversário luso-madrileno.

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por FJV, em 04.12.06
||| As hipóteses, 5. [TLEBS]
João Cruz, por mail:
«A minha formação base é de Engenharia e talvez por isso tendo a analisar a realidade numa perspectiva de simplificação da mesma. Mas atenção, simplificar não é ser simplista pois enquanto o primeiro visa a optimização, o segundo deixa de fora partes importantes da explicação. É nesta óptica que olho para aquilo que uma Língua deve fazer e confesso que há algumas coisas de que só me apercebi, ou pelo menos fi-lo com um olhar crítico, quando comecei a acompanhar os meus filhos ao nível da aprendizagem da leitura. O que me parece é que, a grande riqueza da língua e do sentido literário da mesma advém essencialmente do vocabulário, das regras gramaticais e de algo a que chamaria flexibilidade no rendilhar das palavras e frases.
Sem que tenhamos que ser particularmente eruditos, a forma como podemos dar liberdade ao pensamento sem que a excessiva rigidez nos tolde o mesmo, ou sem que um manto pouco claro cubra o sentido do que queremos dizer, são para mim boas medidas da eficiência de uma Língua. A este respeito devo confessar que o pragmatismo brasileiro já fez mais pelo Português nas últimas décadas que os Portugueses, na sua atitude de preservação original, ao longo dos últimos dois séculos. Penso também que os Anglo-Saxónicos são bons exemplos desta abordagem.
Daqui resulta que o esforço de evolução deveria ser feito não em construção de novos conceitos gramaticais de génese duvidosa, como a TLEBS, mas sim em simplificação. Poderia dar muito exemplos mas deixo apenas, sob a forma de uma questão, alguns dos mais simples e elucidativos, prendendo-se com a ortografia. Porque temos letras que valem de forma diferente consoante a situação? Porque é que um S, às vezes vale Z, ou um O vale U, ou um E, vale I, etc, etc? Quando pergunto porquê, não procuro uma explicação que se encontra num qualquer prontuário, questiono sim para que serve.
Pode parecer irrelevante mas julgo que elevar a facilidade de uma aprendizagem, principalmente quando a complexidade não acrescenta valor é uma missão nobre, num mundo pleno de informação.»

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por FJV, em 04.12.06
||| Contra-programação.
O Sol vai anunciar as suas manchetes com 48 horas de antecedência para não enganar os seus leitores e não alinhar na contra-programação.

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por FJV, em 04.12.06
||| Ausência.
Depois do Porque, André Moura e Cunha está de volta, embora o blog se chame In Absentia (desta vez a sua máquina de música oferece Mozart).

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por FJV, em 04.12.06
||| Debate.
Para contribuir para o debate, publiquei aqui o texto de Maria Helena Mira Mateus e o de Helena Buescu sobre a TLEBS (originalmente no Público). Também no Público, carta do escritor Daniel de Sá.

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por FJV, em 04.12.06
||| As hipóteses, 4. [TLEBS]
Escreve, por mail, Isabel Santos:
«Sou a favor da mudança no ensino da Língua. Sou licenciada em Português/Inglês e já tive alunos que não sabem a diferença entre um adjectivo e um advérbio ou entre uma conjunção e uma preposição; que distribuem de forma automática os famosos e erróneos complementos verbais, que desconhecem a importância dos segmentos sonoros e surdos na pronúncia das formas verbais no Inglês. E isto acontece porque durante anos, ou décadas, se abafou a linguística “no manto diáfano” da literatura. É mais fácil analisar um texto por aula ou fazer a escansão métrica. Na realidade, há muitos professores de línguas ignorantes, porque julgam que ensinar uma língua é saber analisar um texto dessa língua. Não considero que a nova velha terminologia seja assim tão escabrosa. Para os alunos, sê-lo-á ou não dependendo da atitude e competência do professor. Manter o antigo método de (não) ensino e a “fácil” terminologia só ajudará a perpetuar o desconhecimento que temos da nossa língua. Já agora, quando se ensina o aparelho digestivo ou a tabela periódica também se altera a terminologia?»

A Joana C.Dias, por mail:
«A minha mãe, professora de Português reformada tem amigas que ainda leccionam e que a põem a par do que se passa no terreno. Agora a Tlebs anda na ordem do dia, e para além dos artigos de opinião que a minha mãe lê, ouve as ex-colegas que contam as barbaridades da formação para professores que os tlebso-iluminados vão fazer ao Liceu (quer dizer, escola Secundária) [...] no Porto a mando do Ministério. Entre algumas particularidades, a senhora formadora de professores deu como exemplo de palavras homónimas: «sede» («quero beber porque tenho sede») e «sede» («a sede do BPI é no Porto»), que são na realidade homógrafas. Também disse que os substantivos terminados em "o" eram masculinos; foi-lhe perguntado como se classificava "nómada" e a senhora respondeu prontamente que não se dão exemplos desses aos alunos. Ok, é maneira original de fazer e explicar gramática ou seja lá o que lhes querem chamar agora. Só que também não explicou o que se faz com "dia" e tantos outros substantivos, ou quantificadores ou lá o que é, ligados a profissões: o pianista, o electricista. A senhora não sabe é gramática.»

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por FJV, em 03.12.06
||| Linguística de direita.
Por mail, Eugénia V. Alves:
«A questão não é sobre a TLEBS. Mas pode um escritor, como o senhor, ser pela gramática normativa e defender a gramática normativa, como o fez num post, que, esse sim, é de direita?»
Pode. Defendo a norma, sou pela norma, gosto de regras -- para poder não as respeitar quando quiser. Não se podem fazer malabarismos sem conhecer essas regras essenciais; saber o que é um soneto, a métrica, a rima; saber que é incorrecto escrever e dizer «estivestes» ou «fizestes»; não há nada mais irritante do que os pantomineiros que gostam de fazer gracinhas sem saberem o que isso significa.
Agora, o meu post ser de direita, isso comove-me. Nós achávamos André Martinet um chato direitista -- ele era militante de esquerda.

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por FJV, em 03.12.06
||| Reparo.
Há um argumento obnóxio que circula com bastante insistência: o de que a campanha contra a TLEBS é de direita e conservadora*. Tamanho dislate** vem de gente que considerava Chomsky um perigosíssimo direitista depois de ter lido «os modelos de 1957 e 1965» acerca da a-historicidade da linguagem e do modelo inato de aquisição das estruturas linguísticas. Podiam inventar outra coisa qualquer e ser mais inteligentes. Mas não; é tudo gentinha pobre de espírito, malabaristas desde os tempos da faculdade. Bem os conheço.

* - Por acaso, o erro é duplo; se bem os entendo, acharam que a discussão contra a TLEBS é uma outra frente de luta contra o governo. Grosseria. A fantástica TLEBS vem dos tempos do governo de Durão Barroso, cuja ministra da Educação se fartou de despachar inanidades. Desculpem o mau jeito.

** - Ou será por Maria Helena Mira Mateus ser «de esquerda»?

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por FJV, em 03.12.06
||| Uma campanha. [TLEBS]











José Nunes, de Os Dedos, por mail:
«Sou pai, a minha filha está no 5º ano e está a ser avaliada pelos que sabe da TLEBS. Estou em pânico. Faço também parte da direcção da Associação de Pais da escola dela. Estamos no terreno, estamos contra a TLEBS.
A questão nem é tanto entre a Literatura e a Linguística. É uma questão de bom senso. Não dou autorização a ninguém para fazer experiências com a minha filha...nem médicas, nem cientificas, nem pseudo-pedagógicas. Todo o edifício da TLEBS falece de validação. Entre muitas outras coisas, sou arquitecto. E sei que não é nas fundações que se aplicam o mármore de Carrara e as torneiras banhadas a ouro. Podiam até ficar lindas - para quem aprecia o estilo - mas a solidez do edifício ficaria irremediável mente comprometida.
Chamo-lhe a atenção para o processo francês - artigos no Le Figaro e no Le Monde. Cito o Le Monde: "La terminologie doit être fixée dans une liste et "permettre aux parents ou aux grands-parents d'accompagner la progression des enfants". Cito o Le Figaro: "Le linguiste Alain Bentolila remettra mercredi à Gilles de Robien le rapport que ce dernier lui avait demandé sur la grammaire. Le ministre de l'Éducation souhaiterait supprimer les termes trop jargonnants."»


Outras citações:

«Os liguistas têm culpas da situação? Alguma terão, mas a responsabilidade é do ministério, que oficializou com total insensibilidade, sob a forma de portaria, o produto que aqueles gostosamente lhe puseram nas mãos por encomenda. (...) No caso concreto do caso TLEBS, o que está em causa é o facto de a encomenda se destinar ao ensino básico e secundário. Sou a favor da TLEBS mas apenas entre adultos e com consentimento mútuo.» [no Falta de Tempo, mais aqui e, com muito interesse (revelador, revelador...), aqui.]

Ver ainda o Educação Cor de Rosa (e também aqui, aqui e aqui), o Assim Mesmo, Quarta República (mais aqui), Educar («um ensino da Língua Portuguesa que sobrevalorize as derivas taxonómicas, à moda dos excessos classificadores do positivismo oitocentista, pode acabar por matar no ovo o gosto pela própria leitura...»), Mau Tempo no Canil, Estação Central, Tomar Partido, Agreste Avena.

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por FJV, em 03.12.06
||| As hipóteses, 3. [TLEBS]













O Educação Cor de Rosa dirigiu-me um pequeno repto a propósito do artigo de Rui Tavares no Público deste sábado. Basicamente, estaria em causa uma disputa do território entre Linguística e Literatura. Para que se saiba: fui o organizador do I Congresso de Estudos Linguísticos, em 1984, na Universidade de Évora, cujo tema era «Linguística e Literatura» (que nos possibilitou duas lições magistrais: uma de Óscar Lopes, outra de António José Saraiva, num reencontro notável entre os dois mestres; o segundo congresso teve como tema «Linguística e Teoria do Texto» e permitiu papers muito actuais nessa altura e ainda hoje, de Enrique Bernárdez, John Morris Parker, Aguiar e Silva, Fernanda Irene Fonseca, entre outros). Não suponho, como não supunha na altura, que essa distinção e essa disputa sejam fundamentais; ela é, antes de mais, herdeira de outras disputas que vêm dos anos cinquenta, sessenta e setenta, quando a Linguística se ocupou, também, do chamado «discurso literário», enquanto discurso (não vale a pena enumerar as referências: Jakobson, Kristeva, etc.). Curiosamente, foi a autonomia crescente da Linguística, sobretudo a partir da Linguística de Texto (van Dijk, Schmit, Petöfi, etc.), que ditou a separação dos dois corpus: o da Literatura e o da Linguagem. Questões coevas e estapafúrdias, como a da literariedade, foram abandonadas pela Linguística, com benefícios gerais para linguistas e para estudantes de literatura. Não vale a pena, portanto, reabilitar o combate. Mas é importante distinguir os campos e os combates. O que me separa da TLEBS não é a disputa sobre o papel da Linguística (até por razões sentimentais...) mas questões teóricas, de concepção e de nomenclatura -- ou seja, sobre a própria natureza da terminologia, que acho desadequada e pode dar origem a erros de interpretação e de classificação.
As minhas dúvidas têm, também, a ver com o ensino do Português em geral e com a sua pulverização pela Linguística. Não sei se a TLEBS contribuirá para o melhor conhecimento da língua e para uma melhor relação com o ensino do Português. Suponho que não. Que dificultará e que criará problemas de perspectiva. E mantenho, portanto, que um maior investimento na leitura de textos literários, por exemplo, é mais útil para esse ensino.
Há outras questões colocadas pela adopção de léxico vulgar. Mas eu não sou inimigo da gramática normativa. Acredito, até, que foi o seu abandono, ditado por preocupações teóricas, que nos levou a este estado.

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por FJV, em 03.12.06
||| Famílias.









Al-Huseini, aliás Mohammad Amin al-Husayni, que foi promovido a SS Gruppenfuehrer por Heinrich Himmler (em 28 de Novembro de 1941), pretendia ajudar a estender a solução final na Palestina. Há famílias assim. E sobrinhos.

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por FJV, em 03.12.06
||| O cantinho do hooligan. Derby.















O Jorge fala de um derby que ditaria a substituição do timoneiro. Mas o verdadeiro derby é aquele que confirma o primeiro lugar. Uma Dragon Stout para ti.

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por FJV, em 02.12.06
||| Assim é fácil, 2.









Escreve Andreu Vallès a propósito do assunto:
«1) Pior do que os erros, é o sentimento de superioridade absurdo de alguns. Há umas semanas li um artigo num jornal local (dos Olivais, salvo erro) onde se invectivava contra quem usa "terramoto" (em vez do correctíssimo "terremoto"), mostrando como tais pessoas sofriam de um incurável defeito moral (o artigo prosseguia demonstrando como Fernando Pessoa era um poeta medíocre por, alegadamente, inventar palavras).
2) Pegar na variedade e no uso para justificar a ignorância é sintoma de preguiça. Mas se quisermos agradar a todos, vamos enredar-nos em discussões infindáveis sobre a forma que nos vão deixar a milhas do conteúdo. Por exemplo, já tive portugueses de pergaminhos linguísticos impecáveis a corrigirem-me de forma totalmente contraditória sobre quando usar "por que" e quando usar "porque". Isto sem ligarem pevas (estarei a fugir à norma?) ao que estava escrito no texto em questão.
3) Ler, ler, ler e descontrair parece-me a solução. E não achar que os outros, por não usarem exactamente as mesmas opções que nós (por exemplo, usar "e" no início de frase), estão necessariamente a falar mal.
Agora um pouco de linguística à la Bakhtin: uma língua é um campo de tensões centrífugas e centrípetas.
P.S. Imagine-se agora isto aplicado a um país onde as variações têm cargas políticas inimagináveis e terão uma ideia do que é falar catalão na Catalunha.»

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por FJV, em 02.12.06
||| Rushdie e Deus.
Acerca do Deus do Mediterrâneo. Relatos aqui e aqui.

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