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por FJV, em 31.12.06
||| Alberto Mussa.








Alberto Mussa é um dos escritores brasileiros que mais gosto de ler. De origem libanesa, Mussa publicou O Enigma de Qaf há uns anos no Brasil (ele é também autor de Elegbara e de O Trono da Rainha Jinga) -- acaba de ser lançado em Portugal nesta temporada de Natal. Não percam, é um romance muito belo:
«Era o estímulo para uma exegese alegórica. Spíridon analisou a cena: três pessoas em três cruzes, cada cruz com quatro extremos -- 3, 3 e 4: portanto, um triângulo iósceles de perímetro 10 e de altura menor que a bae -- signo da natureza humana. Altura menor que a base indica maior propensão à terra que ao céu. O valor do perímetro, 10, é o dobro de 5 -- que são os extremos do corpo físico. A qualidade de isósceles, ou seja, a de possuir dois lados iguais, representa o equilíbrio do Bem e do Mal.»

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por FJV, em 31.12.06
||| Vergonha de fim-de-ano.
Não falemos das grandes coisas por uns instantes. Mencionemos antes esta vergonha portuguesa em que se traduz o naufrágio da Nazaré. À vista da praia, à vista da terra, um a um, os tripulantes do navio foram sendo engolidos pelo mar. O Ministério da Defesa mandou proceder a um inquérito, mas pouco me interessam, agora, as responsabilidades e as pequenas culpas que hão-de ser distribuídas pelos Bombeiros de Pataias, pela Polícia Marítima, pela capitania do Porto da Nazaré ou pela Base Aérea do Montijo. Demorou hora e meia a chegar um helicóptero que poderia ter salvo aqueles homens. E isso é, sim, uma vergonha.

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por FJV, em 31.12.06
||| É só desejos.
A febre de desejar «bom Natal» e «bom Ano» atinge limites que ultrapassam a simples generosidade. Entre 22 e 25 de Dezembro foram enviadas 427 milhões de mensagens sms por telemóvel, em Portugal. Em Portugal. Repito: 427 milhões.

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por FJV, em 31.12.06
||| Arrumar a casa.
Está a passar na RTP-N, durante este fim-de-semana, a última emissão do Livro Aberto (uma conversa com Eduardo Pitta, Isabel Coutinho, Rui Tavares e Pedro Mexia sobre os livros do ano). Foram três anos e meio de emissões semanais, mudanças de horário e muitos autores entrevistados -- cerca de duzentos e cinquenta. Pessoalmente, sinto alguma tristeza, mas provavelmente ao fim de três anos e meio o Livro Aberto já tinha cumprido uma parte da sua missão. Era recordado no final de cada ano como «o magazine de livros», mas muitos editores continuavam a queixar-se de que «não existia um programa de livros» -- simplesmente, não o viam, dedicados que estavam à indústria da queixinha. Não interessa. Acabou mesmo. Passou por lá muita gente de que gostei bastante; muitos autores que descobri e que tive de ler; muita gente que foi uma surpresa; e muita gente que me ia adormecendo em estúdio, evidentemente. Não guardo ressentimentos por eventuais injustiças cometidas contra o programa (sobretudo por parte da imprensa, que às vezes se distraía), mas é chato ter de reconhecer que às vezes se fez um esforço (de produção, de leitura, de organização) nem sempre aproveitado. É quase sempre assim. Faço este género de programas desde 1995, primeiro com o Escrita em Dia, na SIC, depois com o Ler para Crer, na RTP, passando por outras experiências que não fizeram de mim «um homem da televisão» mas que me ajudaram a conversar com os outros. Sei, hoje, que entrevistar é, sobretudo, estudar os temas e saber ouvir «os outros», que são as figuras da entrevista -- para criar pontes e, às vezes, cumplicidades. E também criar armadilhas, evidentemente (é esse o jogo).
E chega.
Por isso, a partir de hoje acaba o blog Livro Aberto. O outro dos meus blogs que entretanto abandonei, o Gávea, será retomado para falar de livros e de literatura brasileira -- que me seduz cada vez mais. Por outro lado, continuarei a manter o programa de livros na Antena Um, o Escrita em Dia (quartas-feiras à meia-noite).

Estão disponíveis, para ouvir no computador, as últimas entrevistas na rádio com Alexandra Carita e Jorge Simão (sobre o livro Fados Nossos), Possidónio Cachapa (sobre o romance Rio da Glória), Eduardo Prado Coelho (sobre Nacional e Transmissível), Raul Miguel Rosado Fernandes (a autobiografia Memórias de um Rústico Erudito) e José Luís Peixoto (sobre o seu mais recente romance, Cemitério de Pianos)
[Os links levam a versões WMP; para versões em Mp3 e RealAudio, ver aqui.]

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por FJV, em 30.12.06
||| Parabéns.







Francisco Seixas da Costa, o nosso Embaixador em Brasília, acaba de inaugurar um blog de bastante utilidade: chama-se, pura & simplesmente, Embaixada de Portugal no Brasil, e destina-se a «fornecer curtas notas de actualidade sobre a realidade portuguesa ou luso-brasileira». Quem pretender receber actualizações do blog pode optar por contactar o endereço de correio electrónico e inscrever-se. Aí está um exemplo fantástico, fácil e económico, que seria bom existir em outras embaixadas. Parabéns, Francisco Seixas da Costa.

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por FJV, em 30.12.06
||| Desilusão.
Profunda e amarga desilusão. Acabei de ler o segundo volume das Confissões de José António Saraiva e não posso deixar de assinalar uma passagem que nos deixa, a todos, perplexos e desiludidos, tratando-se (o autor) de quem se trata: Saraiva diz que, depois de Saramago, não haverá nenhum Nobel para Portugal num futuro mais ou menos longo. Vem lá, preto no branco.

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por FJV, em 30.12.06
||| Saddam.
A barbárie da vingança e da justiça.

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por FJV, em 30.12.06
||| A ideia.
Os jardins de Inverno, no Abrupto.

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por FJV, em 30.12.06
||| Final de ano.
Há coisas que nunca se fazem no final de ano: promessas.

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por FJV, em 29.12.06
||| Maratona.
Vai começar a maratona: os melhores livros de 2006 terão direito a uma primeira emissão especial do Escrita em Dia, no dia 31 de Dezembro, às 19h00, na Antena Um. Depois, nas três quartas-feiras seguintes (à meia-noite), as emissões do Escrita em Dia serão também dedicadas ao tema. A lista definitiva dos dez melhores livros de ficção, não-ficção e poesia será anunciada no dia 25 de Janeiro. Até lá, vai poder votar nas listas de livros através de um blog ou de um endereço de mail. Novidades na próxima semana.

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por FJV, em 29.12.06
||| A coisa está preta.
Não apenas o PC acha que estou a exagerar acerca do Cartão Único, como a Fernanda Câncio, no DN (sem link para a sua crónica), diz que exorbitei em relação à minha «habitual sensatez». Compreendo as objecções do Pedro Caeiro, mas cá estaremos para ver. Quanto à Fernanda, o seguinte: quando eu menciono «ameaça policial», no artigo em causa, não vejo uma brigada da PSP a tratar do assunto -- mas consigo ver a mentalidade policial, controlando e vigiando. Também nesse caso, cá estaremos para ver.

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por FJV, em 25.12.06
||| A nostalgia da liberdade.
Daqui a uns anos, inclusive, o mundo estará cheio de nostálgicos da liberdade.

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por FJV, em 22.12.06
||| Deputados de quem?
É absolutamente lamentável que nenhum dos senhores deputados tenha manifestado dúvidas (para já não dizer perplexidade) sobre a ideia do cartão único de cidadão e a tenham aprovado por unanimidade como carneirinhos domesticados e alegres, contentes por serem «modernos». Lamento, meu caro António Costa, mas a ideia do cartão único, se «não é seguramente o 'big brother'», pode ajudar bastante. Sempre estive contra, creio que sempre estarei contra.
A ideia do "cartão único" merece ser discutida trata-se de um documento que vai substituir o Bilhete de Identidade e os cartões de identificação fiscal, de eleitor, de utente dos serviços de saúde e de beneficiário da Segurança Social, e que permite ainda registar informações pessoais relativas ao grupo sanguíneo, a indicações de alergias ou contactos do cidadão. A partir de agora, se essa ideia não for, como parece que é, declarada inconstitucional, cada cidadão terá um "chip" no bolso. Começa-se a controlar por algum lado. Dificilmente se acaba o desfile de coisas absurdas que acontecem depois.

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por FJV, em 19.12.06
||| D. Sebastião.
Maria José Morgado foi festejada «em todos os quadrantes». Festejemo-la. Maria José Morgado falou do assunto durante meses e é natural que traga novidades à investigação e aos vários processos abrangidos pela triste designação de Apito Dourado. Mas, nesta como em outras coisas, estou com o Eduardo: não me impressionam muito as cargas de cavalaria, embora tenham um efeito arrasador em termos cénicos. Isso é uma coisa -- e outra coisa é, necessariamente, outra coisa. Também não me impressionam muito os fervores bibliómanos de procuradores. Mas lá iremos.

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por FJV, em 19.12.06
||| Juristas e pareceres.
Tal como no caso do Apito Dourado, lançam-se suspeitas acerca de pressões sobre os tribunais. É que eles podem estar mal aconselhados.

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por FJV, em 19.12.06
||| Escusava ter dito isto e outras coisas.
Quando encontras escrita a verdade acerca de ti, apetece nunca mais escrever.

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por FJV, em 15.12.06
||| A TLEBS.
Confira aqui e assine um pedido para reconsiderar a TLEBS.

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por FJV, em 15.12.06
||| Brasil. Maioria parlamentar.
Lula consegue apoio no congresso pela melhor das vias.

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por FJV, em 14.12.06
||| Bibliografia geral.













Avanço muito devagar na leitura de Estaline. A Corte do Czar Vermelho, de Simon S. Montefiore. Todas as noites leio cinquenta páginas. Há muitos nomes para decorar, muitos episódios para relembrar. E muitos números para anotar nas margens. E todas as noites Estaline mata cinquenta, sessenta mil pessoas. Eram as suas quotas de fuzilamentos, como um Plano Quinquenal. Raramente consigo dormir logo. Depois dos processos de Zinoviev e Kamenev e da morte de Kirov, há antigas amantes e velhos amigos, Velhos Bolcheviques, generais e técnicos de som que gravaram mal a voz do Chefe -- todos morrem. Há noites em que assisto a mais mortes. Crianças e famílias inteiras. Nada de sentimentalismo. Engenheiros de almas, regressai da tumba. Todas as noites o comunismo mata um pouco, arrasta-se como um cadáver entre cadáveres.

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por FJV, em 14.12.06
||| Noções gerais de história literária.
Fui tomar café num bairro histórico de Lisboa e vi um dos autores do livro mais falado dos últimos dias.

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