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por FJV, em 08.11.06
||| Madeira.
Declaração de interesses: não gosto de Alberto João Jardim. Um tribunal funchalense condenou-me a pagar a Jardim a mais alta indemnização (na época e creio que ainda hoje) por abuso de liberdade de imprensa. Recorri -- e do recurso resultou um puxão de orelhas ao tribunal, que foi obrigado a repetir o julgamento e com outro juiz. Guardo boas memórias desse julgamento e da sentença anedótica e estapafúrdia que me condenou transitoriamente. Espero que tenham saboreado a resposta porque, entretanto, Jardim deixou prescrever o processo -- enquanto eu tive de pagar despesas e deslocações para minha ilustração particular nos tribunais da ilha. Dito isto, o seguinte: também é fácil acometer contra o cavalheiro e contra os seus gastos, as suas paranóias e os espectáculos confrangedores que oferece todos os anos no Chão da Lagoa ou nas visitas às freguesias. Verdade seja dita que escrevi o suficiente sobre isso, sobretudo depois do processo, para que não ficasse a pairar a ideia de que me tinham calado. Sendo fácil reduzir o cavalheiro àquela docilidade, convém que se diga outra verdade, caro João: é que ninguém teve coragem, até agora, de dizer à Quinta Vigia que as leis orçamentais são leis orçamentais e que a vida é difícil para todos. No que concordamos é que a Madeira é outra coisa passados estes anos de jardinismo; e é melhor para todos, madeirenses (claro) e continentais (que não passam pela vergonha de manter uma ilha reduzida à condição de colónia miseravel, o que teria acontecido se Jardim não tivesse abusado do orçamento). O essencial é isto: Jardim merece passar pelos infortúnios actuais, mas não vale a pena empertigarem-se tanto só por ver o cavalheiro dobrado desta forma. Nisso tem razão, João.

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por FJV, em 08.11.06
||| Fernando.
Um amigo está nos cuidados intensivos do Hospital de S. José. Na antecâmara do coma, solta-se e regressa à vida. Telefonemas, perguntas, interrogações, estupefacção. Passa para os cuidados intermédios, que ele merece, ele merece tudo. Mas a preocupação é a mesma, e o receio. E, de súbito, aliviado pela recuperação, chega um sms de outro grande amigo preocupado: «Ele está melhor e quis saber coisas do Benfica. Não sei se é bom sinal mas enfim.»

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por FJV, em 08.11.06
||| Banca. [Actualizado]
João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, acusam-se de peronistas e de arrogantes. Vamos e venhamos: são acusações fáceis. A banca e o governo sabem que é fácil acusar os bancos de ter uma atitude sabichona face ao fisco, às operações off shore e aos relatórios & contas; o governo e a banca sabem que uma perseguiçãozinha pública aos bancos cai bem no vasto mundo dos consumidores endividados à banca, cheios de crédito à habitação e de crédito pessoal mal parado. Depois das seguradoras, os bancos são outra bête noir do consumidor peronista ou populista. E há sempre essa «realidade» praticamente adquirida por todos: o público está endividado «mas os lucros da banca crescem» (versão Manuel Alegre e Francisco Louçã). Explicado assim às criancinhas, qualquer peronista tem o caminho aberto para perseguir a banca. Desta vez, porém, quer no «arredondamento dos juros», quer no «desconto dos cheques», quer nas despesas com operações financeiras, a associação dos bancos explicou-se bem: quem paga é o consumidor. Está certo. Ou seja, João Salgueiro «ameaçou que o sector poderá agravar o preço do dinheiro», o que -- lido assim -- é chantagem pura e simples. Contra quem? Daí a interrogação do liberal à moda antiga: e o indivíduo, o cidadão, vá lá? Quem vai pagar o que «não era para ser pago por nós» mas que sabíamos que era pago por nós?


Comentário de Mesquita Alves:
«A propósito desta polémica sobre os lucros da banca, há alguns aspectos, que na minha opinião merecem reflexão ponderada mas urgente:
Um cheque depositado na sua conta, se o mesmo tiver provisão, só terá o dinheiro disponível na sua conta 3,5 dias depois. Com a evolução que a informática da banca (excelente) tem tido (e o multibanco comprova-o) este lapso de tempo é inadmissível, e prejudica objectivamente empresas e particulares. É que, no dia seguinte de manhã, o dinheiro sai da conta de quem emitiu o cheque... Sou partidário da livre concorrência, mas esta não pode ter entraves desonestos. Assim, se eu achar caro o meu empréstimo à habitação e quiser passar para outro banco mais barato, sou confrontado com uma cláusula em letras pequeninas que me informa que a amortização antecipada é penalizada com uma taxa (difere entre bancos) que vai dos 3 aos 6% sobre o total do capital em dívida do empréstimo. O problema é que há uma concentração entre todos os bancos com esta cláusula, e eu não posso escolher um ou dois bancos que não a tenham. Feitas as contas, fica-me mais caro trocar de banco e obter a melhor taxa do banco mais barato. Lá se vai o mercado livre... enfim, a livre concorrência.
Outro aspecto que é extremamente nocivo e muito pouco ético, tem a ver com publicidade de spread de 0.75% (p ex) que vem na imprensa, e no dia que vai assinar o contrato (e com responsabilidades contratuais já assumidas perante terceiros, logo em situação de dependência), vê-se confrontado com um spread de 4 ou 5%, mas que baixa para 0,75% se cumprir uma serie de requesitos tipo ter ALD, seguros PPR, etc, etc, etc.
Ora se alguém, sem o querer, ficar desempregado (p.ex.), além da consequência financeira de tal situação, vê-se confrontado com a possibilidade de a sua prestação subir em flecha, porque devido a que a situação inesperada e desesperada, não o possibilitar a ter o tal ALD, PPR etc etc.»
A obrigatoriedade do seguro de vida é algo que num casal com 45 anos custa o equivalente a 8% do total das prestações pagas durante um ano. Tendo em conta que no empréstimo à habitação existe uma garantia real e inequívoca não será excessivo que toda a banca faça esta exigência? Não será desproporcionada?
Se eu, empresário, vender madeira, aço ou o que for, e no montante que for, recebo conforme o acordado a 30, 60 dias, etc., sem seguro de vida nem garantias reais. Por que carga de água a actividade bancária tem garantias francamente superiores ao resto das actividades? Obviamente que a hipoteca é imprescindível -- mas mais, porquê? É que, como se sabe, os seguros de vida são os mais rentáveis da actividade bancária e seguradora, e esta minha preocupação tem a ver com o facto de nos próximos 2/3 anos milhares de familias de vários escalões sociais irem sofrer muito devido ao aumento das taxas de juro, com o seguro de vida ainda a agravar a situação.
Se eu vender 20 toneladas de aço ao "Joaquim, Lda.", novo cliente que conquistei ontem, entrego-lhe a mercadoria e, se deus quiser, receberei no prazo acordado. Por que diabo é que nem eu nem milhares de empresários de qualquer outra actividade não cobramos despesas de dossier, os kms que fez o seu vendedor, avaliação do aço ou elaboração do dossiê para abertura de conta corrente? Por que motivo, para mim nunca explicado, a actividade bancária é a única que o faz, e está legalmente autorizada a fazê-lo? O grave problema é que todos os bancos o fazem, e portanto, não posso, ao abrigo da livre concorrência, escolher o melhor entre meia dúzia que não o façam. O problema dos ajustes ao 1/8 de ponto está hoje na ordem do dia, e ainda bem, mas penso que aqueles 5 problemas acima descritos são de urgente resolução.»

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por FJV, em 08.11.06
||| Ler, 6.
Mails de amigos e leitores perguntam de que livro se trata. Apostamos?

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por FJV, em 08.11.06
||| Ler, 5.
Ao longo do livro quero que M. se apaixone por B. (ou até por Lilibeth, como substituta), o que revela o carácter pueril do leitor. Isso acontecerá no final, sim -- mas como pode M. suportar a presença de B. Bronstein e de Ada, e das mulheres de Arquelau? É por isso que este livro é uma grande traição, uma traição permanente, uma armadilha constante.

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por FJV, em 08.11.06
|||Festival Todos os Mares / Todos los Mares.

Hoje, os poetas são Luís Quintais, Ana Luísa Amaral, Luis Alberto de Cuenca e Andrés Sánchez Robayna. Organização da Casa Fernando Pessoa e do Instituto Cervantes -- no Cervantes, às 18h30.
Quinta, no Cervantes (18h30): Maria do Rosário Pedreira, Manuel António Pina, Eugenio Montejo e Luis Muñoz. Na Casa Fernando Pessoa, às 21h30: Nuno Júdice, Gastão Cruz, María Victoria Atencia, Pere Rovira.
Na sexta, às 18h30, no Cervantes: António Osório, Rosa Alice Branco, Eloy Sánchez Rosillo e Darío Jaramillo Agudelo.

Programa completo aqui.

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por FJV, em 08.11.06
||| VPV.
Vasco Pulido Valente hoje no Pessoal e Transmissível, de Carlos Vaz Marques, na TSF.

VPV e as memórias
VPV e as memórias....
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por FJV, em 08.11.06
||| Por falar em comida.
Por falar em comida, exactamente, e se alguém quiser aprender a cozinhar camarões no forno à moda de Lourenço Marques, polenta, esparregado, risoto de espargos verdes e cogumelos, arroz de entrecosto com pimentos e açafrão ou simples bolinhos de bacalhau, é só clicar aqui, no A Cozinha da Joana.

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por FJV, em 08.11.06
||| Rhode Island.
Onésimo, meu caro: Lincoln Chafee perdeu a eleição. Tu já sabias. Contra um homem chamado Sheldon Whitehouse não havia hipótese.

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por FJV, em 08.11.06
||| Guerra a sério.
Está aí uma guerra a sério entre o Rui e o LR. Sobre cozinha brasileira. Eu, que não aprecio grandemente a cozinha baiana (ah, e se sei do que falo depois de dois anos alimentado a azeite de dendê, acarajés, paçocas, vatapás, abarás, e outros sublimes horrores -- a Bahia é, provavelmente, junto com quase todo o Nordeste, a região do mundo que mais maltrata a comida), recomendo ao Rui exemplos de boa cozinha gaúcha, catarinense e paulista. Especialmente a do sul, portanto. E São Paulo, na verdade, tem dos melhores restaurantes que o nosso bolso pode pagar. Florianópolis tem boa comida. Porto Alegre tem muito bons restaurantes. Até em Salvador (mas também em Itacaré, Trancoso, etc.) há, curiosamente, dois ou três bons restaurantes de peixe. E dou lista geral.

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por FJV, em 08.11.06
||| Mudar de vida?
Não só mudar de vida, caro Paulo. Falamos do PSD: mudar de sentido, mudar de pessoas e mudar, finalmente.

Na verdade, eles não aprendem nem têm vergonha: «A oposição formal, alegrada por congressos e por frases fatais, ain­da não percebeu o que a levou a tor­nar-se irrelevante para tudo o que seja o debate sobre o futuro do país, sobre o papel do Estado na socie­dade e na economia, sobre as no­vas realidades culturais, sobre o sentido que tem a política portuguesa na Europa de hoje. Mas ex­plica-se facilmente: preguiça e baronatos. Foi isso que matou a Di­reita antes, durante os seus gover­nos. É isso que ameaça liquidá-la agora, por alguns anos. Essa irrelevância vai custar caro ao país.»

Actualização:
Paulo Gorjão acrescenta mais dados.
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por FJV, em 07.11.06
|||... e começa o festival Todos os Mares / Todos los Mares.
Nesta quarta-feira, os poetas são Luís Quintais, Ana Luísa Amaral, Luis Alberto de Cuenca e Andrés Sánchez Robayna. Organização da Casa Fernando Pessoa e do Instituto Cervantes -- no Cervantes, às 18h30.
Quinta, no Cervantes (18h30): Maria do Rosário Pedreira, Manuel António Pina, Eugenio Montejo e Luis Muñoz. Na Casa Fernando Pessoa, às 21h30: Nuno Júdice, Gastão Cruz, María Victoria Atencia, Pere Rovira.
Na sexta, às 18h30, no Cervantes: António Osório, Rosa Alice Branco, Eloy Sánchez Rosillo e Darío Jaramillo Agudelo.
Programa completo aqui.

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por FJV, em 07.11.06
||| Fausto, Goethe, Pessoa.
Quarta-feira, dia ocupado na Casa Fernando Pessoa: das 11 às 23h00, a Segunda Jornada Luso-Alemã, subordinada ao tema Prometeu e Fausto em Goethe e Pessoa - Cartografias dialogantes.
Conferências, debates, performances -- com Nuno Felix da Costa, Anabela Mendes, Gilda Nunes Barata, Raquel Nobre-Guerra, Ana Fernandes, Paula Mendes Coelho, Luís Moura do Carmo e Nuno Lucas, Teresa André, Eugénia Vasques, Holger Brohm, António Bracinha Vieira, Pedro Vistas, Jorge Fazenda Lourenço, entre outros. Mais informações aqui.

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por FJV, em 07.11.06
||| Literatura, de facto.
No Brasil, para compreender melhor o escândalo do dossier forjado e usado pelo PT contra os tucanos, é necessário conhecer um novo personagem com que ninguém quer ser associado: chama-se Freud. Berzoini, que caiu do cadeirão de presidente do PT também por causa do dossier, diz que não trocou telefonemas com Freud. Ninguém quer falar com Freud.

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por FJV, em 07.11.06
||| Ler, 4.
Há um personagem chamado Licurgo. Mas antes de se encontrar com ele (o que acontece pelas páginas cinquenta) M. discute com W. sobre a sanidade de Lepinski e a sua interpretação dos sete dias de oração do rei David destinados a salvar o filho. É no mesmo dia que conhece Lilibeth. Quarenta páginas adiante -- suspeitava-se, e isso é uma falha -- M. está na cama com Lilibeth: «O meu olhar desceu pela sua perna até ao pé detendo-se na pulsação da artéria abaixo do tornozelo.» Ninguém se interessa pela «artéria abaixo do tornozelo» se não estiver disponível para seguir essa descrição minuciosa, a que vai dos olhos de Lilibeth (que abraça a própria perna, encolhida sobre um sofá) até ao esquecimento. «Ah, as mulheres», pensa M. Mas, mais tarde (páginas duzentos), ele dedica igual atenção a outra mulher (que morrerá a seguir): «O seu rosto parecia uma efígie numa moeda de ouro.» A luz do entardecer, «esse tipo de homem gosta de mulheres submissas». E M. repete: «Ah, as mulheres.» Ele dirá esta frase de outras vezes. E pensa nas mulheres de Arquelau, o personagem com quem se encontrará ao fim de uma viagem de comboio, e cujo pai era professor de grego.

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por FJV, em 07.11.06
||| Onésimo Teotónio de Almeida no Origem das Espécies [As eleições americanas] (republicado)











Dilemas no
país dos anões

Caio nas eleições americanas regressadinho de Portugal e ainda cheio das brilhantes críticas e soluções portuguesas ouvidas em longas conversas (mais monólogos que conversas), noites dentro. Entre as inúmeras qualidades dos meus patrícios está essa enorme capacidade de divisar soluções estonteantemente simples para complexos problemas que assolam os outros países. Têm um conhecimento vastíssimo das mais e menos candentes questões da política do mundo. Duma penada propõem remédios que os líderes dos limitados países muito agradeceriam conhecer, se lhes fosse dado terem a dita de saber português e de poderem receber instant messages de tão luminosos estrategos políticos.
Desembarco em Boston e mergulho nos jornais e imagens de TV que me invadem a paz, chego a casa e procuro recuperar o fio dos acontecimentos deixados uma semana antes, e lamento deveras não ter à mão os meus compatriotas que se me quedaram do outro lado do Atlântico. Dar-me-iam jeito. Levá-los-ia à TV como comentadores ou tentaria conseguir-lhes um emprego como assessores dos nabos políticos desta terra de imbecis.
Na verdade, na falta deles, as minhas próprias capacidades de análise estão diminuídas, sinto-me incapaz de pensar e agir. Vou dar um exemplo que me deixa atado, inibido, sem saber como desenvencilhar-me moral e politicamente:
Aqui em Rhode Island, o mais pequeno estado da União, confronto-me com um dilema. Decorre nestes dias uma das mais renhidas disputas de um lugar no Congresso: o senador Lincoln Chafee é republicano e tem a concorrer contra ele um democrata, Sheldon Whitehouse. Chafee é o mais liberal dos republicanos, o único deles a votar no Senado contra a invasão do Iraque, quando o não fizeram colegas seus, democratíssimos, como Hillary Clinton, John Kerry e John Edwards, pilares do Partido Democrata.
A escolha é complicada mas, como nas tragédias gregas, o dilema é simples de expor: se decidir premiar Chafee e votar por ele, contribuirei para a eventual continuação do controlo republicano do Congresso. Se votar pelo candidato democrata poderei ajudar a passar a liderança para o outro lado após tão desastrosos anos de domínio.
Para complicar o cenário, porem, uma antiga colega da universidade e ex-namorada de um amigo de Lincoln Chafee trabalha como voluntária na reeleição do senador. Ambas as facções dão tudo por tudo e ela pede-me agora contactos-chave na comunidade portuguesa, que tradicionalmente votou sempre democrata. Quer tentar penetrar nela a ver se saca uns votos, pois cada um vai mesmo valer. Dou-lhe os contactos? Se sim, e se ela conseguir entre a nossa diáspora um único voto que seja, já estará eliminado o meu, se eu votar democrata. Uma situação a fazer-me evocar um velho professor da adolescência que repetia a história de dois compadres que se encontraram na rua a caminho de uma eleição. Um pergunta ao outro: - Em quem vais votar? - Em X - responde ele. - Ora eu ia votar em Y e portanto, como os nossos votos se anulam mutuamente, o melhor é voltarmos para casa.
Já perceberam como me seria útil o conselho dos meus patrícios. E como é triste emigrar para um país quando, se tivesse ficado na pátria, compreenderia muito melhor as realidades americanas do que vivendo aqui.
Mas não se pode ter tudo, como avisa a sabedoria popular. Tenho que conformar-me e acarretar com as consequências das minhas opções, observar de perto estes despiques e sentir-me indeciso e inseguro sobre opções a tomar em bicudos casos como este.

Onésimo Teotónio de Almeida é Professor e Director do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University, Providence, Rhode Island, EUA. Lecciona na Brown desde 1975. Doutorado em Filosofia pela Brown University (1980), é Fellow do Wayland Collegium for Liberal Learning, um Instituto de Estudos Interdisciplinares na Brown University, onde lecciona uma cadeira sobre Valores e Mundividências.

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por FJV, em 07.11.06
||| Ler, 3.
É mentira: não me comovo sempre que o leio; às vezes irrito-me profundamente quando dou por mim a procurar falhas.

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por FJV, em 07.11.06
||| Ler, 2.
Na ilha, foi o único livro que trouxe. Lido pela décima vez, como disse; comovo-me sempre que o leio. Há uma passagem em que o personagem central, em dois parágrafos curtos, revisita a grande literatura. Cita Arquíloco («um raio a deflagrar no espírito»), filho de Telesicles, nascido em Paros. E eu fico a pensar em Arquíloco, naquele verso sobre a «ilha engrinaldada por agrestes bosques». O poeta-guerreiro nunca esteve na Vila da Praia da Vitória. O poema de Garrett escrito acerca deste areal é soturno e lacrimejante, não está à sua altura.

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por FJV, em 07.11.06
||| América, 1.
Grande parte dos meus amigos acha que, nos EUA, uma vitória dos democratas seria muito boa notícia. Sobretudo para eles, que votariam nos democratas se vivessem nos EUA. Ora, de alguma maneira, e tendo em conta o que pensam sobre «os americanos», uma vitória democrata é vista por eles como uma punição dos EUA.

[A minha declaração de voto há dois anos.]

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por FJV, em 07.11.06
||| Ler, 1.
Leio o livro pela décima vez, ou mais. Filho da puta, penso deles, livro e autor: uma frase tão perfeita, uma passagem tão perfeita. Uma palavra a mais seria um ruído tremendo; mas assim, como está, reconhece-se a mão do génio.

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