por FJV, em 17.11.06
||| Protestos, 2.Parece que
uma escola mandou identificar os alunos que fecharam os portões a cadeado (logo em Avis...). Parece-me correcto. Não só nas escolas secundárias mas também nas universidades, evidentemente. Fechar os portões das escolas a cadeado tornou-se uma moda de prática demasiado fácil e de efeito garantido (a escola fica mesmo fechada); acho normal que se identifiquem os autores do acto. Os
leitores do Público não acham, mas convinha ver os seus argumentos.
Em que parte dos códigos está o direito infinito e ilimitado à indignação?
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por FJV, em 17.11.06
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por FJV, em 17.11.06
||| Revisionismo.
Retirar o honoris causa a Francisco Franco na Universidade de Coimbra porque Franco foi um facínora. Retirar o retrato de Sidónio Pais da galeria de Belém. Retirar o nome de Salazar do registo civil de Santa Comba e apagar as primeiras páginas dos jornais da época. Retirar o nome de Estaline de certas bibliografias. Retirar o nome de Spínola da Junta de Salvação Nacional. D. Sebastião era um idiota inútil e não convém ter o seu retrato nos manuais de História pátria. Apagar o que não nos convém. Limpar os cantos à casa. Pôr a brilhar, luminoso, o nome da Universidade de Coimbra. Deitar abaixo as estátuas.
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por FJV, em 17.11.06
||| Santana.
Para Santana, andar por aí significa fazer política; tanto andará por aí que um dia regressará ao poder -- é esta a mensagem da sua entrevista. Trata-se de uma adaptação da teoria da «água mole em pedra dura». Mas também da estratégia da «vitória por exaustão»; cansados de Santana, exaustos com suas aparições, os portugueses já não o suportam e metem-no em São Bento. Depois tiram-no de lá. E por aí adiante. Um melodrama.
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por FJV, em 17.11.06
||| Philosophia, 2.
De qualquer modo, acabar com os exames nacionais de Filosofia (e com a pertinência da disciplina) num país em que o primeiro-ministro se chama Sócrates, é de um grande atrevimento.
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por FJV, em 17.11.06
||| Cavaco, 2.
Por outro lado, há uma questão infantil de timing: primeiro, Cavaco desarma os catastrofistas que, durante toda a campanha presidencial, lançaram repetidos avisos sobre o trágico que iria ser a eleição de um presidente destinado a minar e torpedear a acção de José Sócrates. Vai abaixo a argumentação de tão ilustres «defensores da estabilidade institucional» (que agora já não querem). Algumas destas vozes, inclusive, têm passado para a oposição a Sócrates.
Segundo, quer reinar sobre o país dos seus sonhos -- tranquilo, com os remadores de Ben-Hur afinadinhos e a miragem «do crescimento» no final do sprint. Aqui sim, pode estar o erro de perspectiva: a sociedade tem o direito de viver a política de forma conflituosa. Mas de uma coisa ninguém pode acusar Cavaco: de não dar a sua opinião. Ele é, também, aquilo.
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por FJV, em 17.11.06
||| Cavaco.
Cavaco é conformista; e já estávamos avisados. Isso representa uma garantia e um perigo. Mas há uma coisa que não compreendo a propósito da entrevista do PR ontem: serviu para quê, a entrevista?
Só vejo uma razão: garantir a «estabilidade institucional» e avisar sobre a «cooperação entre o PR e o governo», cousa que o Presidente não precisa de vir lembrar. Por um motivo: porque nenhuma das coisas (a estabilidade e a cooperação) estava, salvo erro, em causa. Não havia necessidade.
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por FJV, em 17.11.06
||| Revista de blogs. Ségolène.«Ainda por cima é gira, apesar de viver com um panhonha.»
{João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.}
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