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«Descobri Naguib Mahfouz há mais de 15 anos, com um pequeno romance que a Caminho publicou, chamado Em Busca (é um livro fabuloso); depois, a Caminho editou na mesma colecção A Viela de Midaq (tem uma personagem inesquecível, que termina algumas das suas intervenções em inglês, ou melhor, com o significado em inglês do final da respectiva intervenção), um livro que comprei mal saiu. Comprei também O Ladrão e os Cães (Livro Aberto), de que não gostei tanto como dos outros dois, mas dele tirei a citação que abre o meu romance Até Acabar com o Diabo. Depois disso, a Difel também editou Mahfouz por cá, mas não comprei, embora de vez em quando me lembre de que estou em falta, pelo carinho que ganhei para com Mahfouz. Sei que vai sair na Pergaminho (ou numa das editoras do grupo, talvez na Bico de Pena) mais um livro dele.»
«Os manuais escolares não deviam, simplesmente, ser obrigatórios. Os pais são, praticamente, obrigados a comprar livros que, depois, não são usados. Sou professor e apetece-me, todos os anos, dizer na primeira aula: não comprem o manual. Mas como mais de 70% já comprou, sou obrigado, moralmente, a utilizá-lo apesar de ser um dos materiais educativos menos eficientes nos dias que correm. Uma fotocópia, mesmo mal tirada, de um texto adequado, quando é entregue aos alunos numa aula, desperta mais interesse que abrir o manual na página 15. Além disso, as famílias, em Portugal benzem-se perante a ideia de comprarem "livros a sério" para os filhos, depois do gasto desmedido que Setembro sempre traz. Por alguma razão chamamos a tais objectos "manuais" e não "livros". Porque o não são. E, então, hoje, em que até os livros de matemática do 12º ano têm de ter bonecada para serem, supostamente, apelativos, nada resta de educativo, mas, tão somente, habilidade gráfica e merchandising.»
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