Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



...

por FJV, em 12.08.06
||| Revista de blogs. Elogio da liberdade.
«Continuar a suportar o enfado dos europeus que estão fartos de tanta liberdade que já nem se lembram do que é - literalmente - perder a cabeça por um livro, por uma saia ou por uma antena parabólica. Continuar, sempre. A romper o cerco.»
{Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado}

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 12.08.06
||| O mal dos dois lados.
É humilhante que se regresse à chamada elocubração adversativa, ou seja: nunca citar um argumento sem que o outro dissesse, logo a seguir, «sim, mas o contrário também existe», e assim por uma larga eternidade, que é o tempo da história. Não se pode invocar o mal de um só lado quando se fala deste assunto. Esta evidência podemos dizê-la em qualquer lugar de Israel; não o podemos dizer em sociedades educadas a odiar Israel.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 12.08.06
||| A ira.
O «romantismo revolucionário» não olha a meios para obter o perdão do tempo. A imagem do conflito a partir do início da II Intifada foi lida nesse contexto: um punhado de pedras de um lado, e de balas cegas do outro (infelizmente, pouca gente ou nenhuma, na nossa imprensa, lê árabe ou vê as televisões locais). Maravilhosa simplificação da história: nesse contexto, o partido a tomar é o da paixão e o da ira, porque aí, se alguém ler a cena à distância, deve existir alguma razão, alguma verdade. Mas as lágrimas, a morte, o sofrimento e a ira não constituem uma ideia, nem uma causa, nem um motivo. São apenas lágrimas, morte, sofrimento e ira -- e contagem de vítimas feitas mártires. A história é outra coisa. Mesmo quando se pensa em sentido contrário.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 12.08.06
||| O estado das coisas.
Misturar tudo, não reconhecer diferenças de argumentação entre quem defende o direito de Israel à segurança, a ter fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente, e quem não reconhece o direito à existência de um estado palestiniano, é fazer batota. Não se pode duvidar da necessidade absoluta da existência de um estado palestiniano democrático, onde as pessoas vivam decentemente, façam negócios, vão às escolas e às mesquitas, frequentem a praia e escolham os seus representantes. Mas nada disso pode levar ao branqueamento de quarenta anos de hipocrisia dos estados vizinhos de Israel ou das intenções do Hamas e do Hezzbollah.
Em 1945, um povo excluído e indefeso, condenado a morrer pela Europa fora em campos de concentração, sonhava apenas com a sobrevivência. Essa sobrevivência passou, depois, pela criação do estado de Israel. O estado palestiniano nunca existiu por responsabilidade dos países árabes da região, que não o permitiram — e que invadiram Israel horas depois de David Ben-Gurion ter lido a declaração de independência. Dessa invasão resultou uma derrota militar a que a boa consciência europeia chama ainda hoje «a primeira humilhação» ou, na moderna sociologia jornalística, «fonte de ressentimento». Para não haver humilhação nem ressentimento, os judeus de Israel teriam de se deixar aniquilar pelos exércitos que os atacaram. Assim se evitariam o 11 de Setembro, Almadinejad, o empobrecimento das sociedades do Médio Oriente e uma geração de bombistas-suicidas. Daí decorre a pergunta que muitos fizeram no pós-11 de Setembro: e se não existisse Israel?

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.