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Texto do Diário de Notícias: «A proposta do ministro Correia de Campos mantém, pois, a medida mais criticada e polémica: a proibição de fumar em todos os estabelecimentos. O Ministério da Saúde reitera esta medida invocando a Constituição da República e argumentando que todos os cidadãos têm o direito à protecção da saúde. Num documento disponibilizado ontem no portal do ministério, o Executivo alega ainda que a eventual livre escolha dos proprietários retiraria eficácia à medida.» [destaques meus.]Até agora, pensei que a medida moralizadora seria civilizada e justa; mas os sinais levam a pensar que ocorrerá em Portugal o que começa a acontecer em Espanha -- as pessoas desrespeitam a lei. O sr. Ministro merece ser desrespeitado.
«De fora da segunda versão da lei do tabaco fica, no entanto, uma das principais reivindicações do sector turístico e da restauração: a possibilidade de poderem optar por um estabelecimento com ou sem fumo. À semelhança do que acontece na vizinha Espanha.»
«Se os clientes acenderem um cigarro num restaurante, café ou discoteca, os donos deverão adverti-los da violação da lei. [...] os donos de cafés, restaurantes e discotecas ficarem com esta missão de alertar e, no limite, chamar as autoridades para punir os seus próprios clientes [...]» [Projecto de Correia de Campos aqui.]
«La idea antigua de que sólo las dictaduras eran totalitarias resulta ingenua, porque el totalitarismo consiste, sobre todo, en la intromisión de los Gobiernos en todas las esferas de la sociedad, en el afán de regularlo, controlarlo e intervenir en todo, de condicionar la vida de los ciudadanos e influir en ella, en no dejarles apenas márgenes de libertad y decirles cómo han de comportarse y organizarse, no sólo en lo público y común, sino asimismo en lo personal y privado.»
Escreve Duarte Moral, assessor de imprensa do Ministro António Costa (além de meu amigo e blogger):
1. É verdade que temos mais meios do que sempre. Basta consultar os dados comparativos dos anos anteriores com este. E, sobretudo, vamos ter uma reserva de meios próprios, não alugados e que estarão sempre ao nosso dispor. Mas o dispositivo, como compreenderás, não pode ser sempre o mesmo, todo o ano. Tem que ser adaptado ao risco. Talvez o País ficasse impressionado se tivesse noção do que é que se gasta para ter esse dispositivo. E, das duas uma. Ou se tem, e se paga. Ou não se tem e não se paga. E se se quer ter mais, paga-se ainda mais.
2. Se verificares no site http:// incendiosflorestais.snbpc.pt tem havido quase trezentos incêndios por dia e muito poucos têm ultrapassado a fase do fogacho, o que significa, objectivamente, que tem havido eficácia no combate à maioria deles, que têm sido apagados logo no início.
3. Este ano, a directiva operacional tem uma estratégia que passa pela utilização dos meios aéreos sobretudo na primeira intervenção, para tentar apagar fogos ainda no seu início. Quando os fogos ganham alguma proporção, os meios aéreos deixam de ser eficazes (é como tentar apagar uma lareira com um conta-gotas...) e devem concentrar-se a apagar outros fogos nascentes. Nessa altura, só o combate terreste faz sentido. Não perceber isto é ceder ao populismo e aos impulsos mais primários das pessoas, certamente compreensíveis, mas para quem o fogo que está à porta de sua casa é sempre o fogo mais importante do mundo. É também a isso que o teu post sobre incêndios parece ceder. É por isso que a gestão dos meios aéreos deve estar a cargo não de políticos, ou de jornalistas, ou de populares, mas de técnicos que saibam o que estão a fazer e tenham uma visão global da situação.
4. Poderás dizer certamente muita coisa sobre aspectos estruturais da questão florestal em Portugal, sobre questões da prevenção, etc, etc. Mas quando a casa arde, só se lembram das questões que têm a ver com o combate.
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