Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



...

por FJV, em 21.05.06
||| Futebol, pá.
De acordo com o Ferreira Fernandes: «Já chega de anúncios sobre futebol, de bandeiras, de suplementos sobre futebol. O País que se interesse por aquilo que é importante: o futebol.» Não estou nada interessado nas bandeirinhas, nem na pátria (vou, naturalmente, torcer pela selecção) nem nas emissões de televisão sobre futebol, nem na opinião dos sociólogos sobre o patriotismo ruidoso, nem no ar de enfado dos que ficam surpreendidos com a existência do Mundial (desculpem, já escrevi sobre isso aqui). Mais do que legítimo, não gostar de futebol. Acertadíssimo, até. Mas nada de moralizar.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 21.05.06
||| Venezuela.
Entrevista, no Estado de São Paulo, com Cristina Marcano e Alberto Barrera Tyszka, jornalistas venezuelanos e autores de Hugo Chávez sem Uniforme: Uma História Pessoal (publicado agora pela Gryphus, no Brasil).

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 21.05.06
||| Fidelidade.













Um dos meus jornais preferidos muda hoje de grafismo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 21.05.06
||| Revista de blogs. Do protocolo.
«Ontem, num debate na RTP-N, um indivíduo defendia a exclusão dos representantes da Igreja Católica do protocolo de Estado "porque Portugal é um estado laico no qual existem 60 confissões religiosas não cabendo lá todas". Pelos mesmíssimos motivos, aguarda-se a extinção dos feriados religiosos católicos. Proponho desde já outros: Dia do Touro Manso, Dia do Telemóvel, Dia do Benfica, Dia das Minorias Étnicas, Dia da Dona de Casa Desesperada.»
{Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.}

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 21.05.06
||| Pocinho.












O Francis C. Afonso ouve Jamie Cullum neste lugar. Onde aprendi a nadar. A ler. A beber. A caminhar pela serra. A andar de barco. A jogar futebol nos Choupos (o campo era ali, à direita da ponte, hoje desactivada, junto de uma fábrica). A esperar o Verão. A pescar. A despedir-me das pessoas que amei.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Revista de blogs. Da satisfação.
«Se arranjo namorados de 30 anos gostaria que pensassem como aos 40, e queixo-me; se calha terem 40, daria tudo para que pensassem como aos 30, e queixo-me.» [...] «Quanto ao sexo, a coisa é simples. Primeiro, explico os tabus. Tudo o que sobrar é permitido. As actividades terão de decorrer sem pressa, mas fogosas. Se não acabarmos ao mesmo tempo, convém que seja eu a primeira.»
{Isabela no O Mundo Perfeito.}

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Revista de blogs. Antes de Évora Monte.
«Existe uma grande divisão política entre a assistência à reabertura da praça de touros do Campo Pequeno: uns serão absolutistas, outros liberais.»
{No Crónicas das Horas Perdidas.}

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Bucolismo.
Não deixe de ler este texto do Rui Ângelo Araújo: «Bucolismo e camisas-de-vénus».

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Antes, muito antes, da «onda sangrenta das escrituras». Uma grande leitura.














O novo livro de Harold Bloom, em tradução via Brasil: Jesus e Javé. Os Nomes Divinos (edição Ojetiva):
«Deplorar a religião é tão inútil quanto celebrá-la. Onde encontrar a transcendência? Temos as artes: Shakespeare, Bach e Michelangelo ainda bastam para a elite, mas não bastam para o povo. Javé, seja lá como for chamado, inclusive de Alá, não é a divindidade universal de um planeta que se encontra conectado por meio da informação instantânea; contudo, Javé permanece, em quase toda a parte. Jesus está mais próximo da universalidade, mas seus mil disfarces são tão desconcertantes que chegam a desafiar a coerência. Freud, o derradeiro profeta vitoriano ou eduardiano, subestimava Javé, Jesus e Maomé. Considerava-os quiméricos, e não via para eles grande futuro. Parece irónico que o maior dos génios judaicos (ao menos, desde Jesus) não tenha sido capaz de vislumbrar a força permanente de textos que não podem desaparecer: a Tanakh, o Novo Testamento, o Alcorão. Se me fizessem a célebre "pergunta da ilha deserta", eu seria obrigado a escolher Shakespeare, mas o mundo continua a afogar-se na onda sangrenta das escrituras, lidas ou não por ele. [...] Mas acontece que actualmente costumo despertar sobressaltado, às vezes entre a meia-noite e as duas horas da madrugada, porque tenho pesadelos em que Javé aparece na forma de vários seres, desde um Dr. Sigmund Freud que fuma charutos de Havana e se veste em estilo eduardiano, até ao Ancião sisudo e enérgico que consta do Livro de Daniel. Arrasto-me escada abaixo, melancólico e calado, e tomo chá com pão escuro enquanto leio passagens da Tanakh, excertos da Mishnah e do Talmude, bem como os textos perturbadores que constituem o Novo Testamento e A Cidade de Deus, de Agostinho. Em dados momentos, ao escrever este livro, só posso defender-me murmurando a máxima de Oscar Wilde, de que a vida é demasiado importante para ser levada a sério. Javé, lamento acrescentar, é por demais importante para ser ironizado, mesmo que a ironia possa parecer-lhe tão natural como o é para o príncipe Hamlet. [...] Prefiro mil vezes a ideia de William Blake -- "Pois que tudo o que vive é santo." -- ao Javé do Deuteronómio, obcecado pela própria santidade, mas nem o fervor de Blake nem a minha melancolia são capazes de afectar o anseio humano por transcendência. Buscamos a transcendência secular na arte, mas Shakespeare, o artista supremo, esquiva-se do sagrado, sabiamente cônscio dos limites da reinvenção do humano por ele efectuada. [...] A necessidade (ou ânsia) de transcendência talvez seja uma grande ignorância, mas sem ela estaremos propensos a nos tornarmos meras máquinas de entropia. Javé, presente e ausente, tem mais a ver com o fim da confiança do que com o fim da fé.»

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| O Prémio Camões.
O Prémio Camões para Luandino Vieira não é totalmente surpresa. A declaração de Eduardo Lourenço é, por isso mesmo, importante -- porque manifesta alguma surpresa. Mas no geral está de acordo com a tendência de rotatividade da distinção, que é uma espécie de prémio de carreira que continua a explorar o anti-fascismo e as efemérides. Os angolanos David Mestre (um dos grandes poetas angolanos entretanto desaparecido no meio do ódio que lhe votava a associação de escritores angolanos, que na hora da morte preferiu lembrar «a vida que ele levava» -- por isso a sua estada em Portugal era de exílio) e José Eduardo Agualusa lembraram já este e outros pormenores muito mais críticos em relação ao prémio. Neste caso (Luandino), a justificação encontrada pelo júri não tem nada a ver com a literatura, a arte ou seja o que for que lhe esteja relacionado. Trata-se de uma homenagem estratégica apenas. É o destino dos prémios como este. Discutir o quê?

P.S. - Eu até colocaria a hipótese de distinguir João Vário, um notável poeta caboverdiano (o investigador de biologia e imunologia João Varela).

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Chico, mais. 2.










«Você pensa na velhice, sente ela chegar? Ela vai chegando, vai se instalando aos poucos, tem umas coisinhas que você vai percebendo, uma mazelazinha ali que não tem jeito, é assim mesmo. Mas não estou me queixando, não. Você tem medo da morte? Medo não, mas quero distância [risos]. Acho que com saúde, fazendo as coisas direito, dá para viver um bocado mais. Gostaria de viver com saúde e imaginação, com vontade de criar coisas. Noventa e tantos anos e virando a noite por causa de uma música, um livro. Formidável. Posso morrer assim.»

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Chico, mais.











«A crítica da imprensa já te incomodou no passado, ao ponto de afetar sua produção. Como você lida com isso hoje? Nos anos 80 foi barra-pesada. Você cansa, né? Tomando muita porrada, você vai perdendo a vontade de se expor a mais porrada. Eu tinha de ler o Jornal do Brasil com capacete, porque tinha porrada em tudo que era seção. Até a seção de gastronomia dava porrada. A Folha de S.Paulo, numa época, também era uma coisa barra-pesada. Isso, durante uns dez anos, foi muito chato. Principalmente uma certa imprensa paulista muito, muito agressiva. Depois melhorou um pouco. Hoje, não sei. Às vezes tenho a intuição de que algo está se armando [risos], que estão ali atrás, na esquina, espiando, “ele vai passar agora”, prontos para dar porrada.» [Trip]

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 20.05.06
||| Para a amiga da Vanessa.









Estas são as duas capas alternativas para a edição de Maio da Trip. Para mim, comprei a da direita; fiz um esforço e comprei a da esquerda para a amiga da Vanessa. Acabo de ceder a minha ao viajante catalão.











«Você brochou? Claro que já. Todo mundo já brochou, menos o Ziraldo [risos]. Ele diz que nunca brochou. Isso faz tempo. As pessoas falam muitas coisas. Tem outro que falou que teve mil mulheres. Eu digo: “Bom, mas, então, não foi bom nunca, para comer mil”. O cara não é velho, tem vinte e poucos anos, e comeu mil. Mesmo que tenha comido uma por dia... Não acho uma vantagem comer mil mulheres.»

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 18.05.06
||| Aniversários.
O do Almocreve das Petas, naturalmente -- uma referência na blogosfera; o Crítico Musical, do Henrique; e o Bichos Carpinteiros, com certeza.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 18.05.06
||| Scolari, 2.
Eu não queria perder tempo com comentários imbecis ao meu post anterior sobre Scolari, sobretudo com aqueles que insistem sempre no mesmo -- que eu escrevi o que escrevi porque Felipão não convocou jogadores do FC Porto. Dizer o seguinte, e rapidamente: 1) ainda os meninos andavam a discutir se o treinador da selecção devia ser Toni ou Manuel José, e eu já conhecia o trabalho de Scolari, porque era treinador do Grêmio, para onde levou Jardel, arrancado ao banco do Vasco; 2) ao contrário de muitos jornalistas de secretária e mesa de almoço «com o pessoal», orgulho-me de ter escrito uma boa história sobre a «vida & obra» de Scolari, publicada na defunta Grande Reportagem no dia do infeliz jogo inaugural de Portugal com a Grécia -- para ela falei com jornalistas, técnicos, jogadores, comentadores de futebol do Brasil (de Salvador a Pelotas) e até com amigos de Felipão; portanto, sobre ele já disse o que tinha a dizer: é um tipo duro, pouco de gargalhadas mas leal e cómico, sovina, sério em questões de trabalho, pouco influenciável pelo pessoal da imprensa e dos grandes clubes -- um exemplar da colónia italiana de Passo Fundo e de Caxias do Sul (para os meus amigos brasileiros, isso explica muito; para os que não sabem o que isso é, leiam a biografia do Grêmio, escrita por Eduardo Bueno, o Peninha, para perceberem o que é «a técnica do joelhaço e cotovelaço» aplicada aos vários domínios da existência); 3) sim, Scolari é futebolisticamente burro; foi-o nesse infeliz jogo inaugural de Portugal com a Grécia, depois do qual foi obrigado a mudar toda a linha da equipa e a afastar as meninas da moda; foi-o ligeiramente no jogo com a Inglaterra, que ganhámos nos penalties e onde nasceu o mito Ricardo; foi-o, finalmente, no jogo de despedida com a Grécia, em que a Grécia jogou à Scolari e Scolari resolveu reabilitar as meninas outra vez; e está a sê-lo de novo, levado por ressentimentos vários e por alguma teimosia -- se a teimosia é um bom motivo, o ressentimento é o pior de todos; 4) um homem futebolisticamente burro não é um mau gestor de equipas de futebol e até pode ganhar campeonatos e bons títulos; no caso de Scolari, é também um teimoso com uma grande capacidade de lidar com questões de balneário e de afrontar os inimigos organizados (como fez em São Paulo durante o tempo do Palmeiras, ou durante a campanha do Japão/Coreia); 5) Scolari não gosta de futebol-arte (que é coisa de veado, como se sabe), e isso pode ser uma vantagem para quem acha que o fundamental é ganhar; na verdade, o futebol também é «vai buscar!», mas pode haver quem goste de ver jogar bem; 6) nunca foi guerra minha a convocação de Vitor Baía, nem a de Quaresma é; mas acho que temos direito a ver Quaresma a jogar na selecção principal em vez de algumas das meninas que andam por lá.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 17.05.06
||| A taxa de natalidade e a Segurança Social.
Obrigado ao Manuel António Pina.

[E este foi o meu texto desta semana no JN.] [Outros textos aqui.]

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 17.05.06
||| Scolari.
O Público, na edição online, pergunta: «O que pensa das opções de Scolari?» Eu digo: que elas apenas confirmam que, ganhando ou não, estando ou não destinado ao sucesso, chegando ou não à fase final, Scolari é futebolisticamente burro. Jumento e chato. Com a única vantagem de ser um jumento teimoso e gaúcho.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 17.05.06
||| E, no entanto.















Comparável à velocidade e prazer com que se lê Os Intelectuais, é a surpresa amável com que se começa a ler Os Criadores, o novo livro de Paul Johnson. A edição brasileira é da Elsevier/Campus. Tenham inveja.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 17.05.06
||| São Paulo, Brasil, 4.
No voo Salvador-São Paulo, domingo, ao princípio da noite (com atraso devido ao temporal), mal o avião pousa em Guarulhos, os telefones começam a funcionar. Todos perguntam, a quem está lá fora, se é seguro sair para a cidade.

Autoria e outros dados (tags, etc)

...

por FJV, em 17.05.06
||| São Paulo, Brasil, 3.
Segui pouco os acontecimentos pela televisão. Mas há uma que não escapa: durante dez minutos, ao princípio da tarde, a Record manteve no ar uma imagem de um autocarro incendiado (nessa manhã, há algumas horas) com a indicação: «Vivo». A Folha desta manhã diz que as audiências de televisão de ontem (com a cidade ainda deserta) ultrapassaram as do 11 de Setembro.

Autoria e outros dados (tags, etc)




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.