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por FJV, em 19.04.06
||| Enquanto não chovia.







A homenagem, a lembrança. Mais nada.
(Esta noite no Rossio às 21h20.)

(Ver aqui a notícia do Público sobre a concentração às 19h00, no Largo de S. Domingos.) (Ver o texto do Rui Branco, no Adufe, sobre a mesma cerimónia.)

(Aqui, texto de Luís Januário, no A Natureza do Mal.)

Adenda 1: Não estive na cerimónia das 19h00, portanto, como aliás já tinha dito antes. À noite, tanto eu como o Ricardo ficámos impressionados diante da praça quase vazia, tirando os turistas que passavam com a poeira da chuva miudinha. Bastava aquele conjunto de velas acesas, abandonadas, juntamente com as que me foram sendo anunciadas ao longo do dia, por mail, em Madrid, Los Angeles, N. Y., Toronto, Barcelona, Porto, Faro, Bragança, Almeida, Paris, Bruxelas, Vila Flor, Chaves, V.N. Foz Côa, Guarda, Coimbra, Castelo de Vide, Évora, Aviz, Ponta Delgada, Maputo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Buenos Aires, São Paulo, Washington, Díli, Tavira, Vila Real, Londres, Antuérpia, Telavive, Roma, Tomar, Paris, Torre de Moncorvo. Em cada um desses lugares, e em todos os outros, foi lembrada a natureza da intolerância, da xenofobia, da perseguição religiosa, da Inquisição e da maldade. Isso foi bastante para nos comovermos. Hoje, 500 anos depois, não tem apenas a ver com judaísmo, secreto ou público. Tem a ver com a natureza da intolerância e com a emergência do horror em qualquer período da nossa história.

Adenda 2: Recomendo a leitura de A Inquisição de Évora, de J. Borges Coelho (edição Caminho) enquanto não chegam às livrarias os livros sobre o pogrom de 1506. E recomendo, obviamente, o livro de Richard Zimler, O Último Cabalista de Lisboa (edição Quetzal).

Adenda 3: Como não estive na cerimónia das 19h00 não pude encontrar, entre outros, o Padre Peter Stilwell (agradeço ao Rui Almeida a informação) que, além de ser uma pessoa generosa e boa, é também responsável pelo Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa.

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por FJV, em 19.04.06
||| Números.
Ainda ninguém se riu da guerra de números sobre a descida do desemprego. Só o Instituto de Emprego murmurou, baixinho, para não estragar a festa: «Há é menos inscritos nos centros de emprego...»

Comentário do Pedro Almeida Vieira: «A questão da taxa de desemprego apresentada pelo Governo é sempre uma ficção, embora apenas uma vez em cada década se possa avaliar o seu grau: na altura em que são apresentados os resultados dos Censos. Aí sim, estamos a falar de números verdadeiros (relativos a 100% da população). A título de exemplo, recordo-me que a taxa de desemprego apontada pelas amostragem do INE no primeiro trimestre de 2001 - altura em que se fez o último recenseamento da população - rondava então cerca de 4% da população activa. Contudo, os valores dos Censos indicaram cerca de 7% da população. Ou seja, quase o dobro... Estas discrepância devem-se sobretudo aos métodos de amostragem das estimativas apontadas trimestralmente pelo Governo, que são, obviamente, fáceis de manipular ao gosto do freguês...»

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por FJV, em 19.04.06
||| O sangue.
«Faz hoje 500 anos que uma multidão imbecil tornou Portugal mais pobre. A matança de muitas centenas de judeus em Lisboa (talvez quatro mil) fez o País perder, entre mortos e exilados, os mais cultos e modernos dos seus filhos. O crime boçal prosseguiu durante séculos. Até ao Marquês de Pombal a ‘limpeza do sangue’ – a prova de ausência de judeus até aos bisavós – era condição para bons empregos. Ao seu ministro Pombal, o rei D. José pediu que decretasse um distintivo obrigatório para quem tivesse sangue judeu. No dia seguinte, ele apareceu com três distintivos ao peito. O rei perguntou a razão. Pombal: “Um por mim, outro pelo inquisidor-mor e outro por Vossa Majestade.” Judeus somos, os portugueses, todos um pouco. Ignorantes de nós somos todos muito.»
Ferreira Fernandes, no Correio da Manhã.

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por FJV, em 19.04.06
||| Dia 19 de Abril, uma vela onde quer que seja.













Hoje, uma vela onde quer que seja. Acender uma vela por todas as vítimas do pogrom e dos assassínios cometidos na Lisboa de 1506. Depois das 20h00 e até às 21h00, no Rossio. Mas onde quer que seja.

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