Há muito passado no estar aqui com o tempo, Fim e reconhecimento, e não sofrendo nada mais do que o tempo concede,
Fim de novo e reconhecimento de novo E tudo é crime, ou crime sempre, crime ou crime, Criminosíssimamente crime, Quando arriscamos a intensidade, comemorando. Aumento e festa, ou cilício, e tempo de cair e tempo de seguir, Tempo de mal cair e tempo de mal seguir, Oh amamos tanto, amamos tanto estar aqui com o tempo E sabendo que há nisso pouco passado. Porque maiores que os desígnios da vida São os desígnios da medida e, divididos Em dois por eles, com eles indo, se por eles Ganhamos o tempo, pedimos a forma mais fácil De indagar que vamos morrer e, um dia, se O tempo for deles e, a memória, de outros, Havemos de ser úteis como mortos há muito, Sem que a causa, o delírio, a designação, O julgamento nossa medida abandonem, Dividida em duas por elas, e ganhando constância.
Depois, depois faremos ou fará o tempo, por sua vez, Aquele blasfemíssimo comentário, E então consta que amámos.
{Nota: Nas escolha do Prémio Camões, quando colocarem em cima da mesa as hipóteses de mais uma escolha literário-diplomática, esqueçam os argumentos e, no caso de Cabo Verde, podem começar a pensar em João Vário.}
||| Revista de blogs. Reciprocidade. «Não cobiçarás a mulher do próximo, a não ser que a mulher do próximo te cobice da mesma forma.» {Helena, no Tristes Tópicos.}