||| Os beijos na escola, de novo. Parte da discussão sobre este assunto
degenerou em debate jurídico. Nada contra. Mas tratava-se de uma oportunidade de tratar da
tolerância e do embate entre
lei e
costume, por exemplo. Não estava em causa a lei mas sim a ideia de
tolerância. O
Filipe Nunes Vicente, contando uma história pessoal, expôs o problema com clareza: «Passámos a fazer exactamente o mesmo, só que com a janela fechada.» Quem nunca fechou a janela? Simplesmente, há aqui outro problema: o do uso
desproporcionado da força, a julgar pelo relato dos jornais e por testemunhos entretanto escutados, com a inevitável tendência provinciana para criminalizar um comportamento não criminalizável. Nesta matéria sou pelo mais fácil: a escola devia ter fechado os olhos e não devia ter aceite nem discutir nem tomar conhecimento do assunto. Às vezes, tolerar é apenas usar do mais elementar bom-senso.