||| Ainda «os beijos na escola». A opinião de José António Saraiva no
Expresso de ontem parte, digamos, de premissas erradas. A primeira delas é quando mistura (como acentuou
Eduardo Pitta) alunas & magalas («O que faria o comandante de uma unidade se dois soldados do mesmo sexo...»). A segunda é quando ignora a diferença entre
lei e
costume. A lei
não pode proibir que uma aluna beije a outra nem, sequer, que
alguém se beije. O
costume é outra coisa; se a lei pode afrontar o
costume, os indivíduos devem saber que se trata de um combate lento, moroso e difícil. Mas devem saber que têm a lei do seu lado e que a lei não pode autorizar nenhuma forma de discriminação ou de perseguição. Pelo contrário, a lei deve punir os que discriminam ou perseguem. Finalmente, ao falar de
bom-senso, JAS
ignora de que lado esteve a falta de bom-senso: do lado dos perseguidores e dos cavernícolas.
Mas há, além do mais, uma nota preocupante, muito preocupante: quando diz que «
não são as duas de Gaia: uma é brasileira e a outra portuguesa». Ser de Gaia, portanto, teria vantagens. Mas uma delas ser brasileira, a perversa e delambida, hein? Vir aqui perverter as jovens adolescentes lusitanas?