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por FJV, em 30.10.05
||| Revista de Blogs. Ser português.
«Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.»
{Isabel, no Miss Pearls. Todo o texto aqui.}

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por FJV, em 30.10.05
||| Revista de Blogs. Estudos e predições durante a infância.
«- Olha, nosso filho tá comendo cocô!
- Que merda!
- Que merda nada! Isso quer dizer que ele tá com curiosidade. Quer investigar, descobrir o mundo!
- Sei.
- (exultante) Nosso filho vai ser um intelectual!
- (preocupado) Pera lá. Você acha que ele vai continuar comendo merda pelo resto da vida?»
{Fabio Danesi Rossi, no FDR}

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por FJV, em 30.10.05
||| Revista de Blogs. Magazine.
«MISS LUANDA: É Jamila Fortes. Ganhou um telemóvel, uma bolsa de estudos e uma viagem para Lisboa. Deseja-se à feliz contemplada, expoente máximo da beleza ultramarina, uma agradável estadia na metrópole.»
{Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.}

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por FJV, em 30.10.05
||| Revista de Blogs. Mudança de hora.
«Pronto. Vai anoitecer mais cedo, outra vez. Já não basta vir aí o inverno, ainda temos de lhe adoptar a puta da hora. Aos tipos que gostam do inverno, e aos que acham bem que fique escuro mais cedo, havia a noite de lhes começar às onze da manhã. Todos os dias.»
{Besugo, no Blogame Mucho.}

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por FJV, em 30.10.05
||| Surf.













Acabou o blog da Bruna Surfistinha. Tanto escreveu que acabou por publicar um livro (O Doce Veneno do Escorpião. O Diário de uma Garota de Programa, edição Original). Adeus voyeurs.

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por FJV, em 30.10.05
||| Daqui a nada.
Acordei cedo e enfrentei as estantes. Tive saudades daqueles títulos, A Letra e o Leitor ou Ao Contrário de Penélope, de Jacinto do Prado Coelho, Poesia e Sociedade, de Georges Mounin, A Estrutura de Os Lusíadas, de Jorge de Sena, e aqueles títulos clássicos de crítica literária, de Mário de Sacramento, Moniz Barreto, António José Saraiva, Adolfo Casais Monteiro, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Perspectiva Histórica da Ficção Portuguesa, de Gaspar Simões, Qu'est-ce que la Littérature, de Sartre, até as teorias da literatura, de Du Bos, Croce, Welleck, Aguiar e Silva, Frye, Jauss, Varga. Continuei assim por meia-hora. Avancei no tempo, lembrei-me de coisas que se tornavam absurdas evocadas junto com a memória da altura em que foram lidas: Paul de Man, Feyerabend, Jonhattan Culler, Todorov, Roman Jakobson, Fowler, Blanchot, Genette, Lyotard, até Barthes e Terry Eagleton (o marxismo instrumental), Iser e Ingarden, os estudos de linguística que tinham sobrado, Benveniste e Schmidt, Riffaterre, Hjelmslev, Van Dijk e Petöfi, Chomsky, Ducrot, Dubois, Austin e Halliday. Muita poeira. Tinha subitamente envelhecido no meio de livros. Terminei e escolhi Camilo e a Revolução Camiliana, de Abel Baptista. Começou a chover e já não fui passear à praia.

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por FJV, em 29.10.05
||| Algodres.










Albino Cardoso, em New Jersey, mantém um blog sobre os judeus de Algodres.

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por FJV, em 29.10.05
||| Rua da Judiaria.













Dois anos de Rua da Judiaria é motivo de orgulho e de alegria muito especial. E muito pessoal. Sou amigo do Nuno Guerreiro há muitos anos e tenho saudades dele. Lê-lo não basta. Nem conversas por telefone.

(O Chagall é para o Nuno.)

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por FJV, em 28.10.05
||| As Imagens. Tarsila do Amaral.











Sobre Tarsila do Amaral.

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por FJV, em 28.10.05
||| Soma & aritmética.
A ideia de que a soma dos votos da esquerda em Fevereiro (ou nas autárquicas) deve ser distribuída por todos os candidatos de esquerda, depara com um problema básico: as eleições presidenciais são outra coisa. A maioria sociológica que deu a vitória a Sócrates em Fevereiro (contra o PSD velhaco e a enorme quantidade de trapalhadas da época) não votou na denominação e na cartilha da esquerda tradicional.
O que mudou nos últimos anos portugueses não foi a correlação de forças entre a “esquerda” e a “direita” clássicas (visível através da “alternância democrática”), entre o PS e o PSD, mas a ideia de que existem outras coisas para lá dessa arena – outros valores, outras exigências (de natureza cultural – sobre a vida, sobre o carácter dos políticos e o seu comportamento, sobre o peso e os negócios do Estado) e, sobretudo, uma outra ideia acerca do que deve ou pode ser o país.
Por isso, a 20 de Fevereiro, os eleitores acharam que o aparelho de Estado devia ser uma coisa séria. Não se aceita um governo para ele pôr a casa em pantanas – mas para que a arrume, para que discipline as suas regras de funcionamento, para que proceda às reformas essenciais. Não para fazer reformas só porque os cavalheiros do costume exigem reformas e convulsões, que normalmente acarretam mais despesa.
Mais: a vitória de Sócrates (desenhada brilhantemente por uma campanha de marketing da LPM) foi a vitória do modelo do homem normal. Ou seja, que as pessoas queriam uma vida normal. Uma vida normal é uma coisa simples - professores colocados a horas, ordem nas ruas, telenovela antes e depois do telejornal, futebol ao fim-de-semana, juros baixos, telemóveis baratos e férias no Algarve. Não são precisas nem muita sensibilidade política nem muita perspicácia de sociólogo para compreender esse desejo de mediocridade. Há um lado da democracia que se deixa fascinar por esse desejo de mediocridade simpática - é necessário compreendê-lo. Com isso se ganham eleições e se seguram governos. Sócrates soube ver isso, ou alguém lho fez ver. Mesmo que o resultado (ou as consequências) seja diferente.
Por isso, confundir a vitória do PS em Fevereiro com a vitória em toda a linha da esquerda tradicional, parece-me um erro de cálculo.

Ver, também, o post de João Gonçalves.

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por FJV, em 28.10.05
||| Cats & dogs. Uma dieta aceitável.
«I was in the natural food store the other day, and I noticed a guy buying a case of cans of Vegetarian dogfood. This should be illegal. I know there are people who do aromatherapy and homeopathy on their pets -- this is harmless. But you have to be clinically insane to feed your cat or dog vegetarian food. Especially cats. While dogs are omnivores, cats are designed to eat rodents. The ideal cat diet is 2-3 live mice a day, kicking and screaming, claws, fur, eyes, teeth, bones, and all. That's the diet that built the cat!» David Siegel, no seu blog.

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por FJV, em 27.10.05
||| Um grande centenário.
Não percebo como a blogosfera, tão atenta, deixou passar este centenário que tanto contribuiu para a nossa felicidade.

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por FJV, em 27.10.05
||| Leituras soltas. Luiz Antônio de Assis Brasil.
«Vieram na segunda classe, no mesmo navio que reconduzia para cá D. Pedro II depois de uma visita à Europa. Ela enxergara o Imperador tomando sol no convés mais alto. Abanou-lhe. Foi retribuída. Desde então o Monarca passara a ser apenas um homem como os outros.
– D. Pedro é um homem como os outros – ela um dia disse ao Historiador, provocando-lhe uma reação de espantada incredulidade. Ele nunca pensara nisso. O fascínio imperial estava muito acima dessas contingências humanas.
A primeira coisa do Brasil a chamar a atenção de Cecília foi a selva. Em Portugal a natureza fora domada havia séculos. Aqui, a selva, plena de vapores, crescia por tudo, recobrindo as montanhas do Rio de Janeiro e entranhando-se no caráter das pessoas. A selva possuía algo de misterioso, como um coração.»
Luiz Antônio de Assis Brasil, A Margem Imóvel do Rio, Ambar.

Luiz Antônio de Assis Brasil nasceu em Porto Alegre, onde vive, em 1954. É professor universitário e já escreveu um livro de ensaios sobre literatura dos Açores. Entre os seus livros contam-se O Homem Amoroso, Breviário das Terras do Brasil, O Pintor de Retratos (já publicado em Portugal) e A Margem Imóvel do Rio, que foi finalista do Prémio Jabuti e é também do Portugal Telecom Brasil, e que acaba de ser lançado pela Ambar. No Brasil os seus livros estão publicados pela LPM.

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por FJV, em 27.10.05
||| Sebastianismo.
O artigo desta semana no JN.

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por FJV, em 27.10.05
||| Biodiversidade.


Há maneiras mais fáceis de se expor ao ridículo,
que não requerem prática, oficina, suor.
Maneiras mais simpáticas de pagar mico
e dizer olha eu aqui, sou único, me amem por favor.

Porém há quem se preste a esse papel esdrúxulo,
como há quem não se vexe de ler e decifrar
essas palavras bestas estrebuchando inúteis,
cágados com as quatro patas viradas pro ar.

Então essa fala esquisita, aparentemente anárquica,
de repente é mais que isso, é uma voz, talvez,
do outro lado da linha formigando de estática,
dizendo algo mais que testando, testando, um dois três,

câmbio? Quem sabe esses cascos invertidos,
incapazes de reassumir a posição natural,
não são na verdade uma outra forma de vida,
tipo um ramo alternativo do reino animal?

Paulo Henriques de Britto, Macau. (Companhia das Letras)

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por FJV, em 27.10.05
||| Porto judaico.
Descoberta uma sinagoga no Porto, na Rua da Vitória, «numa casa onde a paróquia de Nossa Senhora da Vitória ultima a construção de um lar de idosos, com aval do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)». Trata-se de uma sinagoga (mais precisamente, do ponto de vista material, o mais importante é a existência de um ehal, o lugar onde são guardados os rolos da Torah) que data dos finais do século XVI, depois da expulsão, conversão forçada e primeiros pogroms dos judeus portugueses.

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por FJV, em 27.10.05
||| Terramoto ainda.
O Pedro Almeida Vieira, autor do romance O Profeta do Castigo Divino (ver post abaixo) acrescenta mais informações:
«Já agora, acrescento outro livro de ficção, publicado no século XIX (1874) por Manuel Pinheiro Chagas intitulado Terremoto de Lisboa, reimpresso em 1937 (de que possuo um exemplar). Além disso, existem também várias obras pós-terramoto, de que destaco os dois poemas épicos Lisboa Reedificada (1790), de Miguel Maurício de Ramalho) e Lisboa Destruída (1803) de Teodoro de Almeida. Este último tem um estilo camoniano e segue uma linha muito «interessante»: nas notas, o autor, que era padre, salienta que «ficando Lisboa destruída, Deos conseguio dois grandes fins, que intentara, hum de se fazer temido, e respeitado dos prevaricadores daquele tempo, outro de prevenir com este aviso os Atheos, Deistas, e Materialistas Portugueses, que o Senhor pela sua presciencia divina sabia, que poucos annos depois, corrompidas das ímpias doutrinas das nações estrangeiras, se rebellariaõ contra a Religiaõ; para que se lembrassenm que Elle sabe soffrer, porque he eterno, e tambem zombar dos seus zombadoresm porque he honrado e Santo» (sic).

Por fim, na área do ensaio, aconselho os dois melhores trabalhos de historiadores sobre o terramoto de 1755. Por sinal, ambos estrangeiros. Em 1955 foi publicado no Reino Unidos (edição nos EUA no ano seguinte) um livro do então director do Museu Britânico, T. D. Knedrick, intitulado The Lisbon Earthquake. Jamais foi traduzido em português, o que é uma pena, mas pode ser encontrado em alguns alfarrabistas estrangeiros (preços bastante variados...). O outro, é muito mais recente, publicado no ano passado, e é da historiadora brasileira Mary del Priore, intitulado O Mal sobre a Terra, que se pode mandar vir de qualquer livraria online brasileira. Aliás, esta historiadora irá estar em Lisboa no dia 5 de Novembro, no seminário do ISCTE sobre o terramoto.»
Além disso, acaba de sair o poema de Voltaire sobre o terramoto de 1755, com tradução de Vasco Graça Moura.

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por FJV, em 27.10.05
||| A boa campanha.
Na edição deste ano da Feira de Frankfurt, um ano depois de o «mundo árabe» ter sido convidado de honra de 2004, ofereciam-se «os direitos» dos Protocolos dos Sábios de Sião, edição da Islamic Propagation Organization. Veja como o anti-semitismo oficial entrou em Frankfurt.

PS - Mas alguém estranha que isto aconteça, antes ou depois de as declarações do presidente do Irão não terem suscitado protestos internacionais relevantes? Se fosse o contrário...

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por FJV, em 27.10.05
||| Mais terramoto.









O Manuel Jorge Marmelo lembra, e bem, a existência de um outro livro com o terramoto de 1755 como cenário: o Lilias Fraser, de Hélia Correia (Relógio d'Água), só que já publicado em 2001. Lilias Fraser é, julgo eu, o grande livro de Hélia Correia, onde acompanhamos a vida de Lilias, a partir da batalha de Culloden, na Escócia, em 1746, até Lisboa, 1755.
Fora da ficção, há ainda o livro de Luís Rosa, O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo (de 2004), e o de João Duarte Fonseca, O Terramoto de 1755 (Argumentum).
O Rui Tavares acaba de lançar O Pequeno Livro do Grande Terramoto (edição Tinta da China) e disponibiliza mesmo um blog sobre o livro. Ainda não o li mas, para sabendo que o Rui é, entre outros, tradutor de Voltaire, parece-me promissor. Rui Tavares disponibiliza, ainda, uma boa bibliografia sobre 1755, além de uma série de links muito úteis. Eis um bom exemplo da utilidade da blogosfera.
Ainda sobre o tema, ver este conjunto de resumos de comunicações de um colóquio da Faculdade de Letras de Lisboa sobre o assunto.

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por FJV, em 26.10.05
||| Terramoto de 1755.
Três livros sobre ou em redor do terramoto de 1755: A Voz da Terra, de Miguel Real (Quid Novi), O Profeta do Castigo Divino, de Pedro Almeida Vieira (Dom Quixote) e O Segredo Perdido, de Júlia Nery (Bertrand). Li os dois primeiros e são muito bons. No primeiro romance, Miguel Real consegue estabelecer uma ponte entre um lirismo espantoso e o rigor nos traços biográficos do Marquês de Pombal. No segundo, uma extraordinária reinvenção da figura do padre Gabriel Malagrida e da narração do Diabo.

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