||| Fazer, não fazer. A pergunta leninista: «O Que Fazer?»Alguns exemplos autárquicos, colhidos aqui e ali, podem ser excepção, mas confirmam o essencial: que o melhor presidente de câmara, nos tempos que correm, não é aquele que promete que vai fazer ou que ameaça que vai fazer. Pelo contrário: é aquele que sabemos que vai impedir que se faça. «Fazer», na vida autárquica, é relevante demais. Eu quero uma autarquia que previna os fogos no concelho (vejam o exemplo de Castanheira de Pêra), que recolha o lixo a horas, que limpe os passeios, recolha as taxas legais e se preste a deixar as ruas mais seguras. Esta ideia é reaccionária o bastante, eu sei, para o espírito que quer «o progresso da nossa terra», rotundas, construção civil, obras públicas, galpões de zinco e fibrocimento, e que
contesta «fundamentalismos ambientais que impeçam um desenvolvimento adequado». Mas acho decente defendê-la. Um candidato que apareça a prometer coisas novas é um candidato para desconfiar. Ao que chegámos.