||| Luxúria, apetite e beleza.
Depois de dois anos a escrever, todas as semanas, sobre cerveja, descubro que há uma edição em língua portuguesa do
Bier-Katechismus. Der Bierpapst antwortet alle Fragen rund ums Bier, publicada no Brasil pelo Senac de São Paulo, com ilustrações de Jaguar.
O Catecismo da Cerveja tem-me adormecido nestes dias, ao som de palavras como «baixa fermentação», «lúpulo», «polifenol», «mosto», «albumina», mas também «ale», «alt bier», «india pale ale» e, lindo, «Geistebier» («cerveja fantasma»). Curiosamente, ao ler o livro do papa da cerveja, Conrad Seidl, uma pessoa dá-se conta do óbvio: o preconceito é coisa de ignorantes. Basta ler o que ele escreve sobre a
Bud americana, sobre a
Miller e as cervejas sem álcool, as
porse, as
icebeer, a
original shandy, e outras minhoquices: nada daquele ar escandalizado de quem acabou de descobrir uma
lambic de cem anos. Não é por acaso que ele cita Goethe, a fechar: «Os nossos livros estão empoeirados,/ canecas de cerveja ensinam melhor,/ a cerveja dá-nos prazer,/ os livros só aborrecimento.»