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O que eu sei sobre Mary Quant sabia nesta página de jornal, e havia de bastar: escreveria que popularizou e institucionalizou a minissaia, libertando pelo menos vinte centímetros das pernas das senhoras; depois, contaria várias histórias que ocuparam o cinema, a literatura e o jornalismo da época. Outra data: vinte anos antes da minissaia vestida por Twiggy, a mãe do suíço Louis Réard, um engenheiro de máquinas, deixou-lhe em herança uma fábrica de lingerie feminina. O que há de comum entre o desenho industrial e os brocados, a seda ou o algodão sensuais? Quase tudo, daí em diante; tanto que, há exatamente 70 anos, a 5 de julho de 1946, um ano depois do fim da II Guerra, Réard apresentou ao mundo um dos grandes símbolos do otimismo filosófico e existencial da época: o biquíni, fato de banho de duas peças. Na altura, tratava-se de um “biquíni gola alta”, evidentemente, mas só nos anos sessenta (quando Mary Quant já exorbitava), e depois do seu segundo casamento, a devassa Jayne Mansfield desceu a gola dois centímetros abaixo do umbigo. Daí em diante até à ‘burqha’, foi o que se sabe.
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