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O seu livro mais famoso – tirando o projeto da Enciclopédia, que dirigiu com D’Alembert – é A Religiosa (de 1760 mas publicado em1796), um livro sobre a brutalidade do encarceramento de uma mulher num convento. Da história real passou-se para o retrato de conjunto, favorecido pelos dias da Revolução Francesa, que iria incendiar igrejas e reputações. Mas Diderot, que morreu há 230 anos, em Paris, é um exemplo e um modelo do Iluminismo. Se a fé em Deus lhe foi estranha durante metade da vida, a fé no conhecimento constituiu uma espécie de bússola. Sendo vulgar dizer-se que um homem é “produto do seu tempo”, é preciso insistir em que o tempo de Diderot e o que se lhe sucedeu foi também resultado dessa fé apaixonada do autor de Jacques, o Fatalista. A Enciclopédia é a melhor prova. Pensava-se que, ao dominar aquela catedral de saber, se era uma pessoa melhor. Temos dúvidas, mas sempre é um avanço.
[Da coluna do Correio da Manhã]
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