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Antes da banalização dos ‘chefs’, havia cozinhas absolutamente notáveis. Hoje em dia, os ‘chefs’ tomaram o lugar das cozinhas e, lamento informar, parte deles são vulgares, ignorantes e espertalhaços para enganar papalvos deslumbrados. Nada contra o seu estrelato, porque o merecem na sua indústria, mas convém manter algumas cautelas e bom senso. Vejam-se o Le Georges e o Café Marly, ambos em Paris; as pessoas com bom aspecto são dispostas à vista dos clientes, como uma corvina fresca; as restantes (acima dos 40 anos e com peso acima do recomendado) são colocadas atrás das colunas, para não tingirem a imagem da casa. Compreende-se. A “grande cozinha” é cada vez mais classista e medíocre, com a sua linguagem pateta e a treta do “empratamento”. Na maioria dos casos, trata-se apenas de “empratamento”, uma espécie de equilibrismo para gente ignara e rica, que nunca provou a comida das avós.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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