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Era previsível.

por FJV, em 01.08.13

O Presidente da República quer que Portugal seja “um país previsível”. Compreende-se: que as leis não estejam sempre a mudar, que os governos cumpram uma legislatura, que existam metas consensuais entre os partidos, que se escolha um rumo, um cenário para os próximos anos. Acontece que qualquer historiador com um mínimo de desprendimento e de sensatez, pode explicar que Portugal é um país previsível: desde 1834, quando terminou oficialmente o “antigo regime” e os “malvados” foram expulsos, que o país se tem comportado de acordo com o que se esperava, com explosões aqui e ali, e epifenómenos positivos ou brandamente autorizados pelas massas, de Afonso Costa a Salazar. Basta ir a uma conservatória do registo civil e ver como os senadores se perpetuam, de pais para filhos, dos trisavós para os patetas e deslumbrados de hoje. Sobram-nos apenas a ignorância e a maldade. Muito previsível, tudo isto.


[Na coluna do Correio da Manhã.]

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