Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O nome vale tudo. Veja-se o caso de J. K. Rowling e do seu novo romance assinado por Robert Galbraith (que, por si, evoca já o economista John Kenneth Galbraith): bastou saber-se que era um pseudónimo da autora das aventuras de Harry Potter para se transformar num sucesso editorial.Talvez Álvaro de Campos, magnífico heterónimo, não tivesse o sucesso de Fernando Pessoa – e Bernardo Soares, que assina o Livro do Desassossego, também não seria considerado um fenómeno. Um editor americano acaba de confessar que recusou um manuscrito assinado por um pseudónimo de Doris Lessing (e ainda há a recusa da Gallimard em publicar Proust, por exemplo). Romain Gary ganhou pela segunda vez o Goncourt com um pseudónimo (o de Émile Ajar) e foi criticado por isso. Não sei como seria a poesia de José Fontinhas, verdadeiro nome de Eugénio de Andrade. Mas um nome é tudo. É tudo o que se guarda no meio da literatura.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.