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Adli Mansur, o novo presidente do Egito, jurou defender “o sistema republicano”. A expressão pode parecer inócua, mas está na base da tentativa de os militares evitarem o caminho para um regime religioso e islâmico no país, destino para onde o presidente agora deposto tinha indicado a direção. Alaa Al-Aswany, um escritor muçulmano (autor de O Estado do Egito e Chicago), esforçou-se por provar que havia uma ponte entre um regime de inspiração religiosa e uma forma qualquer de democracia – ele apoiou a Irmandade Muçulmana e proibiu que os seus livros fossem traduzidos para o hebraico; não sei o que Naguib Mahfouz (1911-2006), prémio Nobel da literatura em 1988, pensaria sobre o assunto, ele que foi perseguido pelos Irmãos Muçulmanos e vítima de vários atentados por motivos religiosos, mas acho que ficaria mais tranquilo depois do golpe militar. Coisas não tão estranhas que acontecem no mundo.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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