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No final do jogo de ontem, os adeptos portistas estavam como no começo do jogo de ontem. E creio que, se o resultado tivesse sido o oposto, os adeptos portistas estariam mais ou menos na mesma. Sucumbir na final da Taça da Liga não é uma derrota excessiva ou inédita — mas é uma derrota na fase final deste campeonato. De resto, na conferência de imprensa Vítor Pereira queixou-se da arbitragem, apelou ao voto nas eleições venezuelanas, recomendou que os jogadores comparecessem aos treinos a horas, que mastigassem com vagar e sem abusar nos hidratos de carbono depois do fim da tarde, e que aplicassem Vicks Vaporub ao mínimo sinal de resfriado. Quanto ao sistema de jogo, mostrou-se adepto de Jane Austen e das suas opções em Orgulho e Preconceito, embora Fitzwilliam Darcy ficasse melhor no Queens Park Rangers. Faltava responder a duas perguntas. Não respondeu à primeira mas, em relação à segunda, foi taxativo na sua preferência por açúcar amarelo na preparação de mojitos a duas vozes com escala em ré (usando sempre hortelã de Arcos de Valdevez), terminando a sua prestação recitando os dois primeiros e enigmáticos versos de «Lua de Londres», do poeta reguense João de Lemos, que são como segue: «É noite. O astro saudoso/ rompe a custo um plúmbeo céu...»
Festejando uma jogada. Falando aos jogadores.
Incentivando os jogadores. Aborrecido com os jogadores.
Feliz depois do jogo. Triste depois do jogo.
Falando do Everton. Falando de Abdoulaye.
No supermercado em Espinho. Ouvindo os assobios no Dragão.
Olhando para Lucho. Olhando para Sofia Vergara.
Discutindo com o árbitro. Ouvindo o Prof. Marcelo.
Explicando o sistema de jogo. Olhando para Liedson.
Mostrando a colecção de cromos. Saindo do duche.
Imitando Marlon Brando. Fingindo de Rainha de Inglaterra.
Lendo Tolstoi. Estacionando o carro nos Clérigos.
Marcando um golo nos treinos. Telefonando a André Villas-Boas.
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