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Depois de fugirem do Egito, libertando-se, os antigos escravos atravessaram o deserto: a imagem bíblica repete-se anos após ano, relembrando o seu sentido. A Páscoa original, ou Passagem (Pessach, do hebraico), queria dizer também “paragem” e “travessia”. Os mistérios das religiões passam pela vida quotidiana e arrastam a lembrança de histórias que hoje fazem parte de uma memória proscrita e envergonhada. O Ocidente tornou-se laico, primeiro – mas cínico e ateu depois. Hoje, tem medo; teme a religião e os seus símbolos, mas geralmente desconhece o seu significado. No século passado, a filosofia decretava a morte do homem – hoje, a política assume que o homem é matéria dispensável. Mas o mistério da religião permanece, inquietante (vive-se em clandestinidade) e lembra-nos que somos peregrinos. Estamos de passagem. Estamos numa Páscoa que abre as portas a quem procura abrigo em busca de algum silêncio.
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