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Num mundo dominado pelo interesse no espetáculo, com a sua velocidade e indigência, o nome de Óscar Lopes (que morreu na sexta-feira passada) está naturalmente confinado ao círculo da gente com memória, apesar de ter marcado várias gerações com os seus livros. Lopes (leia-se o magnífico e comovente poema de Vasco Graça Moura sobre “um senhor de Matosinhos”) foi um sábio. O seu trabalho circulava entre a literatura, a estética e a linguística, mas convocava toda a sua experiência de contacto com outros saberes (até a matemática); isso fez dele um dos nossos grandes professores, ocupação hoje caída em descrédito. A monumental História da Literatura Portuguesa, que escreveu com António José Saraiva, foi uma das peças da sua grande intuição e do seu edifício harmonioso – e toda a sua obra é um combate pela cultura (veja-se este título, A Busca de Sentido), contra a ignorância, a leviandade e a falta de inteligência. É bastante.
[Da coluna do Correio da Manhã]
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