Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Para os dias de hoje, o nome de Louisa May Alcott há de querer dizer muito pouco. Compreende-se: o seu livro maior, Mulherezinhas, é um romance moral e, hoje em dia, fora de moda (há cerca de seis edições diferentes em português). Foi lido por gerações de adolescentes e raparigas saídas da infância: as quatro irmãs que protagonizam a história passam por dolorosas dificuldades financeiras, submetem-se a todos os sacrifícios em nome do bem, são caridosas e bem intencionadas – e a história termina bem, com casamentos e sucessos familiares. Um livro assim (publicado há 145 anos) está condenado hoje em dia. Os tempos mudaram: na época, Mulherezinhas obteve um sucesso extraordinário e era modelo do feminismo americano. Alcott, que morreu há 125 anos, assinalados ontem, foi abolicionista e sufragista, discípula dileta de Hawthorne, Emmerson ou Henri-David Thoreau, tudo menos reacionários.
[Da coluna do Correio da Manhã]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.