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Vasco Graça Moura é um dos nossos grandes poetas europeus. Na verdade, é um clássico que ultrapassou a fragilidade e as maldições do tempo – e os seus cinquenta anos de vida literária, que agora se assinalam, deviam ser motivo suficiente para relermos a beleza terrível (a expressão é de Yeats) de A Sombra das Figuras, ou de Sonetos Familiares e Uma Carta no Inverno, ou de tudo o que está presente nos dois volumes da Poesia Reunida. Poucos conseguiram, como Vasco Graça Moura, recriar o cânone da nossa grande poesia e comover-nos tão profundamente, entre a ironia e a melancolia, num equilíbrio de grande autor e de respeito pela tradição da melhor poesia do ocidente. O lugar de poeta não esconde, além disso, a sua figura de tradutor (o de Dante, Racine ou Shakespeare), de romancista, de ensaísta culto e exigente. Cinquenta anos não bastam.
[Da coluna do Correio da Manhã]
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