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Nos ares.

por FJV, em 22.12.12

Sabemos pelos comentadores, e pelo Sr. Artur do quiosque, que a diferença entre as «empresas estratégicas» e as outras é que as «estratégicas», vá lá, não devem ser privatizadas – e as outras podem. A TAP é «estratégica» porque leva a bandeira portuguesa pelos céus, mantendo a soberania nacional em boa altitude, e precisa de injeções permanentes de dinheiro dos contribuintes, inclusive daqueles que vêem os seus salários diminuídos e os seus impostos aumentados até ao insuportável.

Como se não fosse suficiente arrastar as cores nacionais pela troposfera, sabemos que é objetivo da TAP «assegurar ao seu acionista os mais adequados níveis de rentabilidade e aos seus trabalhadores as melhores condições de desenvolvimento profissional», sem esquecer o importante contributo para a aliança das civilizações, através do «caloroso acolhimento da companhia aérea portuguesa e o abraço alargado à diversidade e multiplicidade cultural dos destinos cobertos pela sua Rede».

Mesmo que no «cadernos de encargos» figurem coisas como «manutenção de postos de trabalho», «investimento», e «conservação da marca TAP», ainda assim a soberania nacional fica em risco porque deixamos de poder contribuir para o seu invejável equilíbrio financeiro, sem falar da crise de identidade que daí pode gerar-se.

Parece-me que é isto.

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