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A morte de Pedro Hestnes devia afligir-nos – não só porque se trata da morte, em si mesma, mas porque a quase eterna juventude do rosto de Hestnes há-de ficar a marcar uma parte do cinema português dos anos noventa, com a sua placidez, a sua beleza sem tranquilidade, o seu olhar. Passou pelos filmes fundamentais dessa era de renovação – de O Sangue, de Pedro Costa, a Agosto, de Jorge Silva Melo, ou A Idade Maior, de Teresa Villaverde e Três Menos Eu, de João Canijo. Há outros, mas recordo estes de memória (ah, e Xavier, de Mozos), como uma espécie de elogio do seu rosto, como uma estrela distante do cinema que fomos capazes de reinventar. Tínhamos a mesma idade, 49, o que é mais doloroso. Quando alguém parte, assim, deixa a impressão de ter ficado muito por fazer.
[Na coluna do Correio da Manhã]
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