Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



Pedro Hestnes.

por FJV, em 23.06.11

A morte de Pedro Hestnes devia afligir-nos – não só porque se trata da morte, em si mesma, mas porque a quase eterna juventude do rosto de Hestnes há-de ficar a marcar uma parte do cinema português dos anos noventa, com a sua placidez, a sua beleza sem tranquilidade, o seu olhar. Passou pelos filmes fundamentais dessa era de renovação – de O Sangue, de Pedro Costa, a Agosto, de Jorge Silva Melo, ou A Idade Maior, de Teresa Villaverde e Três Menos Eu, de João Canijo. Há outros, mas recordo estes de memória (ah, e Xavier, de Mozos), como uma espécie de elogio do seu rosto, como uma estrela distante do cinema que fomos capazes de reinventar. Tínhamos a mesma idade, 49, o que é mais doloroso. Quando alguém parte, assim, deixa a impressão de ter ficado muito por fazer.

[Na coluna do Correio da Manhã]

Autoria e outros dados (tags, etc)


4 comentários

Sem imagem de perfil

De Aurora a 27.06.2011 às 21:46

Não sendo fã do Pedro, lamento a sua morte, sobretudo pelas irmãs que são minhas amigas.
Que descanse em paz, já que não a alcançou em vida.
Sem imagem de perfil

De jcb a 03.07.2011 às 19:37

PEDRO


o que ficou desses anos

foi sobretudo a espécie de lugar nenhum anunciado nos teus olhos

a irrealidade da sombra projectada em junho nas

paredes do teatro garcia de resende

como se lá estivessem desde

um tempo que não era ainda possível habitarmos

para o encher da ausência

e do desmoronamento

que depois nos haveriam tão

dolorosamente de queimar pelo lado de dentro

quase

sem mágoa



tudo era como se já estivesse escrito nas páginas dos romances

o modo

pedro

como acendias um fósforo

como o breve clarão da chama iluminava no teu

rosto as imagens perecíveis

o fio da navalha

a lança de água que trespassava os corações mais jovens

de não haver uma outra labareda

no mundo

para fazer ascender ao éter a

imprevisível árvore

dos significados



pela primeira vez um poema se escreve do lado de

fora dos seus versos

pela primeira vez um poema não

é um poema

para que todas as palavras não revertam senão

do abandono

do rumor das ausências

do que já não pode acontecer porque tudo

tinha acontecido num outro tempo

e nós não estávamos presentes nesse momento preciso em

que os incêndios abriram clareiras nas florestas

para que pudéssemos

adormecer


Sem imagem de perfil

De Anónimo a 31.08.2011 às 19:54

uma grande injustiça.
Sem imagem de perfil

De chatice_tuga a 17.10.2011 às 16:35

Motivos cívicos de força muito grande forçam-me a usar o vosso mail para vincular este alerta,
Peço desculpa, desde já.

Por favor tomem conhecimento do conteúdo deste blogue e defendam-se:
http://recusecontadoresinteligentes.blogspot.com/ (http://recusecontadoresinteligentes.blogspot.com/)

Passem e repassem a informação junto dos vossos amigos e colaboradores, é preciso que a verdade se saiba.
Obrigado

Comentar post



Ligações diretas

Os livros
No Twitter
Quetzal Editores
Crónicas impressas
Blog O Mar em Casablanca


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.