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Hoje, na Bertrand do Chiado, em Lisboa.
Apresentação de Joana Amaral Dias e Pedro Lomba.
«A Tia Benedita acreditava que o sistema solar estava errado e que o centro de todas as gravitações planetárias era Ponte de Lima, com as suas bandas de música, as suas romarias, os seus muros, as suas mimosas, as suas relíquias familiares. Nunca descobri por que razão não parti também eu, celibatário e remediado, à procura do desconhecido. Penso que o forte da Ínsua, coberto de neblina, me impediu de achar que o mundo fosse de uma natureza muito diferente da dos pinhais de Moledo. Não sei.»
«Os tempos mudaram, inevitavelmente. O que eram para nós insondáveis segredos da Criação aos quinze e dezasseis anos, são hoje evidências demonstráveis a qualquer criança de dez ou onze. Ao contrário do leitor, que é moderno e acha que o “conhecimento” é um bem absoluto, bom em si mesmo, eu tenho dúvidas. O leitor acha que se devem festejar as mudanças. Eu acho, pelo contrário, que se deve festejar aquilo que nos dá satisfação e acrescenta um pouco de felicidade à nossa vida, que é um pouco aborrecida; nem todas as mudanças fazem parte do caminho onde gostaríamos de nos encontrar.»
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