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Quem se apresenta a jogo com disposição de ganhar, e num pais em estado de negação, capaz de tudo para evitar olhar-se ao espelho, fazer contas, aceitar a realidade, enfrentar os dias difícieis, não pode oferecer-se o luxo de dar tiros no pé. As tropas em silêncio, seria melhor. Protestar baixinho, fazer queixinhas «do mal que nos faz a imprensa» é má estratégia; já se sabia que cada deslize seria sublinhado, ampliado e transformado em grande notícia da temporada. Todas as crises arrastam um coro de tragédia; os seus intérpretes são os cínicos de serviço, que preferem viver com o inimigo a aceitar a responsabilidade de escolher dignamente. O país vive embalado por esse cinismo. Os tiros no pé são um alimento fatal e incendiário.
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