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O sistema.

por FJV, em 01.04.11

Ontem, António Perez Metelo respondeu-me, no debate da TVI, que era «o sistema que ia abaixo» — se se fizesse uma «auditoria às contas públicas». Compreende-se melhor a natureza do sistema, independentemente das pressões francesa e alemã para que essa auditoria não tenha lugar (e não vai ter, como se sabe, porque no país e nesta União se prefere a jogatana ao jogo, a maquilhagem à transparência), depois da entrevista de Teixeira dos Santos e da revisão dos défices e da dívida pública hoje anunciada. O «sistema» é a manipulação continuada dos números, das estatísticas, dos negócios ruinosos com as PPP, das decisões e da actividade do governo, concertada com acções de propaganda fácil e com falhanços evidentes em todas as previsões. José Sócrates provocou esta crise política para tentar ocultar tudo o resto; é necessário dizer-lhe que um tratante pode mentir quantas vezes quiser, e que pode tentar todas as astúcias para esconder os factos — mas não deixa de ser um magarefe, mesmo se mantiver o discurso aperaltado de um manda-chuva zangado e prepotente. Na situação em que nos encontramos, o país precisa de reencontrar uma certa limpeza, alguém com compostura e credibilidade como interlocutor. E de certa decência.

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7 comentários

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De N a 01.04.2011 às 15:37

Sócrates já provou vezes sem conta, através das suas acções e carácter, que não é um governante fiável; é arrogante, narcisista, prepotente, manipulador, e mantém, para não ser mal-educado, uma relação displicente com a verdade, mas será o seu possível sucessor uma alternativa séria, credível... ou mesmo diferente?

Passos Coelho é uma criatura sem carisma, possuidor de um discurso político vago, contraditório, e ideias de valor duvidoso quanto à sua eficácia na estabilização, financeira e social, do país. Numa altura em que o PSD parece claramente mais preocupado em arranjar um escudo (entrada do FMI) que os proteja do oceano de críticas que serão disparadas na sua direcção quando tiverem que aprovar medidas de austeridade brutais (se chegarem ao poder) para controlar as contas públicas, medidas que serão inevitavelmente impostas pela Alemanha (a nossa soberania nacional há muito que se esmaeceu em nome de uma Europa socialmente e politicamente indefinida), de que é que nos vale essa limpeza moral e governamental?

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