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O problema desta notícia sobre o Grupo de Trabalho para o Património Imaterial não é ter acontecido o que preocupa os contribuintes, ou seja, ter-se gasto €290,000 sem resultados — é, peço desculpa às pessoas que fizeram parte do Grupo, ele ter-se constituído. Existem trabalhos, nas universidades e fora delas, sobre o património imaterial. Aquele que pertence às universidades é relativamente parco e institucional demais; mas há bastante, realizado fora da universidade, ou fora da estrutura do MC, que serve para os efeitos. O recenseamento das «tradições e expressões orais», das «expressões artísticas e manifestações de carácter performativo» e das «práticas sociais, rituais e eventos festivos» tem vindo a ser feito há muito, mesmo que as designações não sejam essas. A constituição de um Grupo de Trabalho devia responder a outra pergunta: qual a finalidade desse recenseamento? Ficar guardado nos arquivos do MC? Ser entregue a outros investigadores? Ser publicado pelo MC? Fazer-se um mapa, pago pelo MC, mas a ser utilizado «pelo turismo»? Em cada resposta a estas outras perguntas estaria, com certeza, ou uma ilegalidade, ou um erro estratégico de base. Esse é realmente o problema. Além do dinheiro gasto. E da oportunidade perdida. Mas não se admirem; há muitos outros casos.
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