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O optimismo fácil.

por FJV, em 28.02.11

Nada explica melhor a nossa situação do que o livro Charles Mackay, Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds, de 1841. Os economistas tomaram os seus exemplos sobre as bolhas especulativas (a história da tulipas holandesas é a mais extraordinária); mas o seu ataque ao optimismo permanente é de primeira linha. Se falha uma «utopia» inventa-se outra patetice, e assim sucessivamente, até à catástrofe final, sempre com o argumento de que temos de ser optimistas, de valorizar «o que é bom», «o que funciona bem» a curto prazo, etc. É só aplicar à actualidade.

Roger Scruton tem uma interpretação mais radical: Zeus ofereceu a Pandora, como presente de casamento, uma caixa que não devia abrir. O costume em todas as mitologias. Ela abriu-a e libertou todo o género de desgraças; ao ver o que tinha feito, fechou a caixa rapidamente deixando no interior apenas uma das desgraças originais: o optimismo sem escrúpulos.

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1 comentário

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De Marco Neves a 28.02.2011 às 23:26

Há um excesso de optimismo em relação a "o que o mundo podia ser se todos fizessem como eu digo" e um excesso de pessimismo em relação a "o que o mundo é".

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