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Psicose.

por FJV, em 21.02.11

Quando se juntam uma grande fome de leis e o entendimento de que a sua aplicação não pode ser limitada o resultado é sempre calamitoso. Nada causa tanto regozijo num legislador tarado e psicótico do que a possibilidade de alargar a sua área de influência até ao infinito, ou seja, até à casa das pessoas, moldando-lhe os hábitos, vigiando-lhe os vícios, proibindo-o de ouvir estações de rádio perniciosas, de beber licores de origem duvidosa ou de fumar um cigarro. Há livros que o legislador acha ofensivos? Há maneira de proibi-los. Este grande projecto de pura engenharia social tem pernas para andar, aviso-vos. Na vida, tudo é contrato vigiado pelo Estado. O Estado sabe o que é melhor. Há ainda um pequeno grupo de distraídos que fala de sensatez e de privacidade e de liberdade. Mas vai acabar. O império dos legisladores não conhece fronteiras, não reconhece limites. Nesta peça há ainda um jurista que reconhece – vejam bem – que «uma residência não poder apenas ser entendida como um local de trabalho, mas também um local que as pessoas habitam e onde têm a sua privacidade», mas acho que é o reconhecimento de uma excentricidade.

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5 comentários

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De henedina a 22.02.2011 às 00:27

E o teor do sal no pão.
Vi no mar salgado o link e vim logo aqui. Sabia que ia escrever.
Estou a perder tempo a tentar convencer os pais a não fumar em casa e no carro por causa das crianças quando podia "prendê-los".
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De jorge manuel brasil mesquita a 22.02.2011 às 13:42

Será que o legislador tem a noção do que é a Liberdade, onde ela começa e onde ela acaba, quando entra, em causa, a liberdade do outro , ou será que por defeito da sua falta de liberdade política, perde a noção da Democracia em que vive, e molda-se pela abstração do seu ínfimo poder, com que ele prescreve receitas que são o antónimo do pensamento humano, porque se sente cerceado e inchado com a dose da mumificação mental. Legislar por legislar tornou-se num vício de lesa pátria.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 22/02/2011
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De Micael Sousa a 23.02.2011 às 14:23

Se o Estado não sabe que é melhor provavelmente é porque não tem formação nem educação para isso? Mas podemos educar um Estado? Podemos indirectamente educando e formando cidadãos. Seguramente que a mão invisivel que tudo optimiza e controla não poderá responder a isso, até porque já falhou para a economia.
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De F.Torres a 23.02.2011 às 17:47

(... a possibilidade de alargar a sua área de influência até ao infinito, ou seja, até à casa das pessoas, moldando-lhe os hábitos, vigiando-lhe os vícios, proibindo-o de ouvir estações de rádio perniciosas, de beber licores de origem duvidosa ou de fumar ... ) tudo isto teve a sua génese na Santa Inquisição que assolou a Ibéria durante 300 anos. De lá para cá, tudo são reinvenções.
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De Ricardo Homem Sousa a 24.02.2011 às 17:57

É dar-lhes o 1984, em livro não, que os cansa. O melhor é ser em DVD. Pode ser que percebam.

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