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Musiquinha.

por FJV, em 25.10.10

De repente começam a surgir números, um a um, num documento e noutro, coisas que são distribuídas «para que vejas». E lembro-me de Mário Soares visitar a Casa da Música com aquele discurso generoso e republicano, «o que é preciso é que as coisas se façam, o dinheiro há-de aparecer». Lembram-se, certamente — é um alto momento de cultura democrática. Se o orçamento anual da Casa da Música pode chegar aos 15, 16, enfim, 17 milhões suportados pelo Estado, pois o dinheiro «lá há-de aparecer» (há quem garanta que são 20 milhões). Aí está o exemplo de uma «instituição independente». Veja-se o caso do seu custo, com uma «derrapagem» de cerca de 250% no prazo de construção e de 193% nos custos. O dinheiro «lá aparece», providenciado pelos bancos, que o emprestam ao Estado, que o atribui à «instituição» e «à obra», e que não aparece no Orçamento de Estado. É que não aparece mesmo. É uma musiquinha.

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