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Um dos grandes prodígios da política é o uso que se faz de certas palavras ou expressões. Por exemplo, ‘Estado Social’. O governo gosta muito dela e o primeiro-ministro usa-a sempre que pode, porque é uma bela síntese e serve para vários fins. Ora, se há coisa que põe em causa o ‘Estado Social’, é o novo orçamento – é estranho que o primeiro-ministro tenha ontem defendido exatamente o contrário: que é o garante do ‘Estado Social’. Aí está outro grande prodígio. Por exemplo: o primeiro-ministro diz que esta ou aquela medida “são de esquerda” porque ele decide que é assim, não porque haja alguma correspondência com o real. A realidade, aliás, é um limite aos desejos de José Sócrates, e um empecilho diante dos seus projetos. Por isso usa as palavras como lhe apetece.
[Na coluna do Correio da Manhã]
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