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[Fotografia de Afonso Ferreira ©]
Para Eça, em certos dias Portugal era «uma choldra»; havia outros dias maravilhosos. Ontem como hoje, procuramos sinais que nos salvem. As autoridades ficaram muito felizes com «o dispositivo» que combate os incêndios (70% dos fogos europeus são aqui); o governo exultou com os 0,2% de crescimento (o quarto pior desempenho europeu); as universidades sorriram quando o «índice Xangai» colocou duas portuguesas numa lista de 500 (em 401.° e em 500.º). Vivemos em propaganda permanente; na maior parte dos casos, manobrando as estatísticas – na economia, nos exames das escolas, no crime, nos acidentes rodoviários. Ou seja, temos medo de nós mesmos. Se fosse numa empresa, haveria avaliação, castigo e despedimento. No caso da política, há eleições e a coisa há-de manobrar-se.
[Na coluna do Correio da Manhã.]
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