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aaArgentina, 1 ss Nigéria, 0 ff hPerdi os primeiros dez minutos como se ficasse retido nos corredores do estádio por um velho colega de faculdade que já não via há vinte e oito anos e que era insensível aos festejos das bancadas quando apareceu o golo de Heinze. Escrevo «apareceu» porque suponho que foi isso que sucedeu mesmo. Dizem-me que foi a seguir a um canto, mas não tenho garantias. Uma pessoa nunca pode fiar-se no que lhe dizem quando se trata da Argentina, sobretudo porque toda a gente tem opiniões sobre a Argentina, em especial aqueles que gostam do Brasil e querem ver os argentinos esmagados ou, pelo menos, ridicularizados – na mesma percentagem dos que já não suportam os brasileiros e querem que a Argentina ganhe tudo, mas não têm coragem de dizer isso aos vizinhos. A tentação é a de dizer o que eu disse na ocasião: a Argentina de Maradona ganhou mas o futebol daquela orquestra de grandes talentos foi uma desilusão; ter Messi, Milito (que só entrou no fim), Tevez, Verón e Higuaín (e dispensar Cambiasso e um génio como Zanetti, o pêndulo admirável) e adormecer-nos daquela maneira, merece castigo. Pode ser. Mas a verdade é que Messi também tem razão quando se justifica com o nervosismo da estreia, o que não explica a total ineficácia do lado esquerdo do ataque, que não funcionou ou porque ninguém passava a bola para lá (com medo), ou porque o lado direito era mais eficaz (para compensar o lado esquerdo). Vão lá ver quem jogava pelo lado esquerdo e confiram; não sou hooligan por acaso. A vox do povo falou de uma orquestra afinada, e de facto lá estavam os instrumentos, lá estavam Higuaín (só eu vi-o a falhar três golos) e Messi (com dois) a fazer pontaria a Enyeama. Isso pode ser, mas a verdade é que nos últimos dez minutos Obafemi Martins e Uche podiam ter arrumado a questão e nunca é de fiar. Que Maradona fume o seu charuto mas não venha gabar-se.
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