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«O filme ao contrário.»

por FJV, em 25.03.10

O excesso de zelo do Eduardo levou-o a cometer uma injustiça. Acontece. Foi reparada aqui, com frontalidade, o que é raro na blogosfera, mas habitual no Eduardo. É claro que Aristides de Sousa Mendes teve estados de alma e fez o que fez. A questão em que Carrilho esteve envolvido não se lhe compara; mas serve para definir o que são o carácter e a dignidade intelectual do ex-ministro diante de uma decisão tão errada como a do governo português. Concordo com o Eduardo nisto: se Carrilho tivesse votado contra a orientação do governo português não lhe restaria outra solução se não apresentar a demissão, ou ser demitido, expondo a grave perversão da decisão portuguesa.

 

Um pequeno reparo ao post de Eduardo: o cavalheiro egípcio não se fez notar apenas por «posições anti-semitas»: ameaçou queimar livros da biblioteca de Alexandria, desempenhou o papel de censor, mandou prender e foi cúmplice em detenções arbitrárias; enfim, mais do que distinguir-se por «posições anti-semitas». Não se sabe que compromissos teria o governo português com o Egipto ou a «linha da frente», mas um currículo destes para um cargo da Unesco parece excessivo. Mesmo sem estados de alma. E, sim, Eduardo, é legítimo que festejemos a derrota da posição defendida pelo governo português.

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