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O cantinho do hooligan. Ah, a stasis do Fóculporto.

por FJV, em 17.01.10

O Filipe inventa, a passo e passo, uma στάσις no futebol, o único lugar onde não há estabilidade mas apenas movimentos perpétuos. Há, porém, várias diferenças entre o futebol português e a guerra do Peloponeso. Por isso, ataca onde mais dói, cirurgicamente. Ele tem razão quando diz que, apesar de Sapunaru não jogar, o FC Porto não melhora (a mesma coisa acontecia com jogadores inteligentíssimos como Nelson, Aguiar, Thomas, Okunowo, Chano ou o grupo de novos Eusébios onde andavam Akwá e Mawete); mas não vale a pena rezingar-lhe e chamar a atenção para três golos mal anulados – é para aí que ele melhor dorme, com a satisfação que recupera os tempos em que a equipa da galinha era o clube do regime, guardado pela televisão, pela rádio, por A Bola, pelos ministros do interior e pela populaça. Não é preciso ler Tucídides para isso, mas é sempre bom tê-lo em conta. O ideal, eu sei, é ver o adversário estatelar-se; ou, pelo menos, ser derrotado com um golo – a versão é a de Mário Filho, o criador do Maracanã, fundador da Gazeta dos Esportes e irmão de Nelson Rodrigues, no Sapo de Arubinha – precedido de agressão ao guarda-redes, em fora-de-jogo, ao minuto 91, e marcado com a mão. Isso era a glória.

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