De Francisco J. V. a 03.07.2006 às 16:48
Meu caro Atento: repito o que disse atrás: Scolari ganha, mas é um chato. Fui adepto de Scolari no Grêmio, fui adepto de Scolari na selecção brasileira e fui defensor (dos primeiros) de Scolari na selecção portuguesa. Que me lembre, só eu escrevi (com essa antecedência) um artigo sobre Scolari em Portugal. Um texto que, aliás, comoveu Scolari na época. As minhas únicas reticências em relação a Scolari têm sobretudo a ver com a natureza da sua «guerrilha psicológica» e com o modo como define o seu trabalho de grupo (escolhendo inimigos onde às vezes não estão). Não fiz guerra por causa de Baía (nem no Euro nem agora) e apenas lamentei a não ida de Quaresma (mas disse que não seria decisivo, de maneira nenhuma). Dizer que padeço de «atavismo clubistico» nesta matéria parece-me um insulto. Sofro disso, sim, durante o campeonato, em que tenho um clube. Se ler o que tenho escrito, diariamente, no JN, talvez chegue a conclusões diferentes e não me misture no grupo dos que querem a derrota antecipada de Portugal.
Já sobre Ricardo, mantenho: não me referirei a ele senão em termos elogiosos depois dos penaltis.
Acerca do «futebol lindo», eu não gosto disso. Repito-lhe as palavras de Eduardo Bueno na abertura da saborosa bioografia do Grêmio (meu clube brasileiro, junto com o SP): «Futebol-arte é, como toda a gente sabe, coisa de veado.» Sem conotações cavernícolas. É isso que eu penso. Poranto, que Scolari ganhe, que Scolari seja campeão. Eu festejarei, como disse atrás e escrevi noutros posts. O que me desgosta é o ressentimento em qualquer dos sentidos. Que ganhe. Que chegue à final. Que possa festejar. Isso é fundamental.